Por José Manuel Barbosa
Conta-nos a história oficial que América foi descoberta por Cristóvão Colombo um 12 de outubro do ano de 1492; pelo menos a história oficial espanhola. Nos países como Islândia, Dinamarca, Suécia ou Noruega estuda-se nas aulas que lá pelo ano 1000 Erik Thorvaldsson, um chefe viquingue, chegou desde Islândia à terra de Gronelândia e o atual Canadá, ao que denominou com o nome de Vinland, quer dizer, Terra das Vinhas. Diz-que os viquingues, grandes marinheiros, elaboraram cartas de navegação com as costas norte-americanas desenhadas em pergaminhos de coiro as quais e sem qualquer dúvida passaram à posteridade de mão em mão de grandes navegadores, conhecedores da existência dessas terras do sol-pôr.
Não se explica de outra forma que haja mapas como o do grande cartógrafo turco Piri Reis, conservado no Museu Topkapi de Estambul e feito a começos do século XV, mesmo muito antes do nascimento do descobridor oficial para a Coroa Castelhana: Colombo. Naquela altura foi quando os portugueses, fechadas as suas fronteiras pela Monarquia Hispânica, decidem se botarem ao mar para poderem fazer do Reino de Portugal um Estado viável e não caírem nas mãos de Castela. É por isso que começam as suas navegações. África foi a saída natural para estas explorações com o qual penetrar no Atlântico tenebroso cheio de lendas era uma saída possível e muito mais se conheciam a tradição secular iniciada por aquele Erik Thorvaldsson, o Ruivo e o seu filho Leif Erikson continuada da mão de posteriores navegantes medievais italianos, turcos e de outras nacionalidades até chegarem aos povos marinheiros do ocidente atlântico peninsular ibérico, como neste caso é Portugal. Há muitas notícias das navegações rumo ocidente que eram favorecidas pela coroa portuguesa e que eram olhadas como uma saída que mesmo servia para premiar servidores esforçados. Temos referências de expedições nos anos 40 do século XV.
Fala-se que o Diogo de Teive, navegante e descobridor dalguma das Ilhas atlânticas portuguesas dos Açores chegou até terras americanas por volta do ano 1452, e ainda de alguma outra expediçom nos anos 60 do próprio Diogo juntamente com o seu irmão João de Teive que exploraram as partes mais orientais de Norte da América. Nessa situação, com provas documentais reais, está a descoberta da “Terra Nova dos Bacalhaus”, ou “Terra Nova dos Corte Real” como era denominada nesta altura histórica a actual Terra Nova canadiana. Em 1471 ou 1472 os navegadores João Vaz Corte Real e Álvaro Martins Homem chegaram ao atual Canadá, numa aventura conjunta Luso-Dinamarquesa efetuada a pedido de D. Afonso V. É interessante reparar no nome galego-português que se lhe dá à Terra Nova, já não em latim, como se nos tem dito, pois originariamente era como tínhamos dito acima: “Terra Nova dos Bacalhaus”.
Pêro de Barcelos e João Fernandes Lavrador partiram em 1491 rumo ao atual Canadá, um ano antes de que o Cristóvão Colombo “descobrira” as Ilhas das Caraíbas. Foi o segundo quem lhe pôs o nome de Península de Lavrador ao grande território onde está assente o actual Quebeque. É por isso pelo que muitos historiadores suspeitam que o Cristóvão Colombo já sabia da existência destas terras muito antes de ele falar com Isabel de Trastâmara, a Rainha Católica. Mesmo o facto de lhe pedir a propriedade das terras descobertas por ele numa exposição perante a rainha que dava a entender que o queria tudo -por isso não aceitou o Rei Português- faz-nos pensar nisso quase com total segurança. A firmeza que o navegador pseudo-genovês, manifestada em todo o momento, de que ele ia achar territórios para além do conhecido comumente, os muitos segredos que tinha aos olhos dos castelhanos e o ter vivido anteriormente muitos anos em Portugal fazem-nos acreditar na ideia de que estava bem informado do que poderia haver ao final do Atlântico. Diz um bom amigo nosso, amante deste tema referido à descoberta de América que ao “Colón” (aqui com nome em espanhol) lhe chamavam assim porque de ser o último em chegar ao Novo Continente passou-se a ser o primeiro sem licença dos primeiros descobridores.
A História sempre é uma narração que cada um interpreta segundo o seu jeito e os seus interesses, daí o dito famoso de que “Cada um fala feira segundo lhe vai nela” mas no caso da mal chamada descoberta da América é muito evidente a mentira histórica na que nos meteu o a historiografia castelhanista, que tanto criticamos. Esta não se vem abaixo pelo sustento político que tem dum poder político que transcende qualquer premissa científica. Esse castelhanismo historiográfico é dos mais irreais e manipuladores de Ocidente fazendo com que a grande maioria dos cidadão sob a sua influência fiquem convencidos duma falsa narração. O problema é que está tão assumida pelos cidadãos do Estado que mesmo insinuar simples eventos facilmente demonstráveis, como o protagonismo do Reino da Galiza durante a Idade Média ou a chegada dos europeus à América são temas de muita controvérsia pois são os eventos que lhe dão sustento a ideia da Espanha castelhana tal qual no-la ensinam ainda a diade hoje. Sem essas usurpações historiográficas, esse construto nacionalitário não seria mais do que uma autêntica caricatura do que se nos faz ver. Só a preocupação da gente em procurar a realidade faria com que ficássemos totalmente desiludidos e com a visão perante os nossos olhos dum ente estatal e nacional muito diferente ao que vemos atualmente . O dia que conhecermos uma interpretação mais em harmonia com as fontes existentes, esse dia, o modelo “cañi” tal qual o conhecemos hoje, vai deixar de existir para bem de todo o mundo dentro e fora da península.
Mesmo uma dos ocultamentos pode ser a origem galega do Cristóvão Colombo. Há uma importante teoria bem argumentada que defende essa possibilidade.
Mesmo uma dos ocultamentos pode ser a origem galega do Cristóvão Colombo. Há uma importante teoria bem argumentada que defende essa possibilidade.
Capitulo 1
Alfonso Philippot: Luz para un enigma 2/5
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
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