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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sobre a Montanha Mágica de Carlos Solla


Por José Manuel Barbosa

Há muitos anos, lá pelos 70, li numa revista de divulgação a referência dum livro do cientista britânico Barry FellAmerica B.C. Times Books, New York 1976” que descobriu que a América puderam ter chegado naves e pessoas de procedência europeia, norte-africana  e do Próximo Oriente em épocas pré-romanas. Procurei o livro e pôde lê-lo. Nele dizia-se que Fenícios ou Cartagineses, Líbios, Egípcios e Celtas da Península Ibérica (Kalláikoi??) poderiam ter deixado as suas pegadas em contruções, gravações em pedra, santuários e mesmo nas línguas dos nativos. Se isto tivesse sido assim, o conceito da história mudaria radicalmente não só no que diz respeito de como se transmite o conhecimento do passado, mas também em relação ao vínculo transatlântico euro-americano (concretamente celto-americano que nos atinge) e ainda a visão do homem sobre o seu passado em geral.
Muitos anos para além, na época na que isto escrevemos, outra investigação científica levada por uma equipa do Supreme Council of Antiquities and the American Research Center in Egypt (ARCE) chefiada pelo egiptólogo de nacionalidade egípcia Zahi Hawass tivera a ousadia de estudar o ADN do faraó Tutancâmon que viveu no Egito de há 3.300 anos. Nele descobriram um vínculo genético comum com os atuais irlandeses e também com os “spanish” como diz uma notícia num jornal inglês que consultei. Mas tendo em conta que neste outro jornal digital que também consulto, o  “The European union times” (http://www.eutimes.net/2010/06/king-tuts-dna-is-western-european/), se relaciona no cabeçalho o Rei Tut com o Oeste europeu por possuir o Haplogrupo R1b ou R1b1, é evidente que quando se fala de “spanish” não nos estaremos a referir que ele terá vínculos com os valencianos ou os murcianos, sobretudo se é que o R1b tem a sua máxima concentração nas Ilhas Britânicas, na Armórica e na velha Kalláikia.
São estas as notícias que nos jornais espanhóis passam muito desapercebidas porque não é de interesse da gente que chefia este projeto nacional com o que parece que nada temos a ver os galaicos a não ser à hora de pagar impostos, fazer parte do exército e berrar “yo soy español” quando uma equipa desportiva ganha algo. Esta notícia sim deveria ser do interesse dos galegos e mesmo dos asturianos e cântabros porque algo vai com eles...connosco.
Por outra parte, conta-se que a “Liath Fàil” ou “Pedra do Destino” era a pedra sobre a qual se coroavam os reis irlandeses, escoceses e mais atualmente ingleses. Ela estava unida indefetivelmente ao poder de Deus que lhe dava legitimidade à monarquia que a possuir. O seu protagonismo na história bíblica de Jacobe, quem dormiu sobre ela e teve o seu famoso “sonho de Jacobe” é indiscutível, e conta a lenda que esteve nas mãos do povo de Israel durante a sua estadia em Egito até a fugida dos hebreus para a terra de promissão. Só foi quando os israelitas estavam a cruzar o Mar Vermelho que o general egício Haythekes conseguiu roubá-la e após diversas aventuras acabou na Galiza onde os reis brigantinos legitimavam o seu “Coronno” como o autêntico monarca. Com as invasões dos brigantinos (também conhecidos nas Ilhas com o nome de “Milésios”) na Ilha de Irlanda a Pedra chegou até lá e era em Tara onde os reis irlandeses recebiam o seu poder  no outeiro da Macha. De irlanda passou-se para a Escócia e dali a Inglaterra onde os reis ingleses se coroavam...
Curioso é o que diz a lenda. Nela diz-se que a Escócia não ia ser independente enquanto a pedra ficasse em mãos inglesas... É após quase três séculos que a pedra foi retornar a velha terra dos Pictos e dos Escotos, a velha Caledónia, quando estamos a falar novamente da independência dos nossos irmãos do Norte. Nada disto interessa a Espanha, mesmo sendo uma história que em parte se desenvolve no “seu” território. Lembremos que Galiza é “españolísima”. E é por isso pelo qual e com toda a probabilidade o livro do nosso amigo Carlos não vai interessar muito em Cuenca ou Valhadolid, mas pensastes o que é o que pode dizer-lhe a um galego inteligente e consciente que ele possa ter parentesco com o Tutancâmon? Ou que a história do nosso País esteja vinculada ao “Liath Fàil” onde se coroabam os reis brigantinos? Ou que tenha consciência de que os nossos antepassados galaicos puderam ter chegado em época pré-romana a Iowa ou a Massachusetts para construírem santuários?
A tudo isto, só dizer uma última cousa: a vida dá muitas voltas e o que hoje pode passar desapercebido e pode não ter interesse, amanhã é o centro das atenções de todo o mundo da cultura, da arte, da ciência...por isso não seria errado se vos fazeis com o livro do meu amigo Carlos Solla “O Monte do Seixo. O Santuário perdido dos celtas”. Comprai-o e procurai que é o que significa a história do “Pecheche, o boi dos três cornos”, ou informai-vos de quem era “Boucigha”; ou mesmo o que é o que se esconde em “Portalém”, quer dizer, “na porta do Além”. Fazei, e depois falamos. Quiçá possamos descobrir vínculos que vos resultem saborosos e vos façam pensar que lá pelo vosso ADN correm parentescos Reais-faraónicos e lendas perdidas no tempo mas nas que algum dos vossos antepassados foram protagonistas. Comprai, e se sonhais e se vos põe a pele de galinha é que algo haverá...

1 comentário:

Anónimo disse...

No dia de natal de 1950, um grupo de joven nacionalistas escoceses roubou a "Pedra do Destino" da corte inglesa em Londres. Eles eram Ian Hamilton, Gavin Vernon, Kay Matheson e Alan Stuart e há quem diz que a pedra que devolverom às autoridades é falsa. Em 2008 fizo-se um filme baseado nos feitos mas acho que nom se distribuiu polo estado espanhol. http://www.youtube.com/watch?v=-vnBvDPXZk0&feature=related (Gallaecian Mist)

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