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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Um debate vivo: (Segunda Parte).


Por José Manuel Barbosa.

Extensão da Língua

Toda a argumentação da identidade entre as falas galegas e portuguesas é mantida hoje pelo reintegracionismo e pela gente que é consciente da realidade linguística galego-luso-afro-brasileira. Para além desta circunstância, os clássicos galeguistas acrescentavam mais outro também presente a dia de hoje. Este é o facto de falarmos uma língua com um grande número de utentes constituindo o segundo idioma de base latina (1) em importância ao qual nada lhe tem de invejar, com mais falantes do que outros sistemas linguísticas que são considerados habitualmente como cultos como o alemão, o francês, o italiano, o russo, o árabe....

Do nosso idioma que nos abre magnánimo e fecunda as portas dos corazós de moitos millós d’almas que s’espresan no portugués irmán... 
António Vilar Ponte. A Nosa Terra nº 56. Pág. 1

O galaico-portugués falanno mais de 30 milons de ialmas entre Europa, África e América...
António Vilar Ponte. A Nosa Terra nº 120. Pág 4-5

...el gallego, casi idéntico al portugués, nos abre todas las de habla portuguesa, tan extendida por el mundo. 
Vicente Risco. Teoría Nacionalista. Obra completa. Edição de Francisco J. Bobillo. Ed. Arealonga. Akal Editor. Pag. 181

Si o nosso é un idioma vivo que empregan 30.000.000 d’homes entre portugueses, brasileiros e galegos...
Lugris Freire. A Nosa Terra nª 10. Pag. 3

En Galicia falase moito mais galego que castelán, e unha lingoa que non é mais que unha simples derivación da nosa, a portuguesa, impera nos millós de habitantes do Brasil, nas posesións portuguesas de África e Ásia. De certo siñores nemigos do noso idioma, non teñen tanta extensión o rumano, nen as línguas dos países escandinavos, nin’a de moitas outras nazóns. ¿Emporiso ocurririaselles prescindiren das suas por mor d’esa circunstancia? 
W. Fernández Florez. A doce fala. A Nosa Terra. nº 124. Pag.2

Porque tengo que recordaros, Sres diputados, que el Galaico-Portugués es hablado por unos 40 millones de personas.
Castelao. Discurso nas cortes españolas. Diario de sessões. 18-9-31

...(a nossa língua) fálana e cultivana mais de sesenta millóns de seres que, hoxe por hoxe, ainda vivem fora do imperialismo hespañol.
Castelao. Sempre em Galiza. Ed. Arealonga. Akal Ed. 2ª Edição. 1977

Universalismo

A dia de hoje podemos observar como os poderes anti-galegos, ocultos num aparente galeguismo (será que algum valor deve ter esse conceito) aproveitam o desconhecimento da gente do comum para lhes oferecerem uma Galiza mínima, pequena, regional, local ou despetivamente rural, assim como o facto de terem um idioma que nem idioma é ainda que se lhe chame assim. O galego seria uma forma mal falada de castelhano, ou um bable regional que nada de útil pode ter. Educa-se às crianças na ideia de que essas falas “brutas” acabam na fronteira minhota ou a raia seca, coincidindo com as fronteiras políticas existentes desde sempre. Não se diz que um dia foram ideadas por uma imposição política. Esse idioma, para usar na casa mas não no mundo, só serve para consumo dos que gostam do tipismo folclórico, da literatura intimista, para apresentar-se como uma atividade culturalista de feakies regionalistas e radicais marginais ou para incomodar à gente com imposições que não querem nem os mesmos utentes dessa língua. Para andar pelo mundo já está o castelhano com todo o seu brilho e prestígio.
No entanto, o galeguismo, como todo nacionalismo, quer fazer evidente o espírito da nação, prestigiá-lo perante uma situação de falta de auto-estima com o fim de que seja respeitado no exterior e valorizado no seu justo ponto no interior por gente que não conhece a realidade nacional que a identifica. Igualmente essa reafirmação nacional quer ser vista como uma achega ao resto da humanidade para progresso desta, por isso a necessidade de tingir o amor à própria nação do que os clássicos galeguistas denominavam de “Universalismo” contrariamente ao localismo dos anti-galegos.

Galiza e Portugal estreitadas ao fin, supoñerian unha expansión cultural de idioma diferente ao castelán, tan extensiva cuase como a diste na península e camiño de rivalizar tamén na América, no baluarte do Brasil.
António Vilar Ponte. Pensamente e Sementeira. Op. Cit. Pag. 213

Santo idioma, idioma inmortal, polo que a nobre Lusitania nos tende os seus brazos hirmáns dicindonos que para él inda pode haber unha nova hexemonia novecentista! Que tanto galego-portugués, o castelán e o inglés son tres idiomas chamadoa loitar por superar no Novo Mundo. E virá un forte pangaleguismo traguendo a lus para a caduca Iberia.
António Vilar Ponte. A Nosa Terra. nº 60
O portugués é un fillo do galego e entre os dous non hai capitalmente que diferenzas fonéticas que non son tan grandes quizais como as que existen entre o andaluz e o castelán. Si nosoutros empregamos a ortografia histórica galaico-portuguesa teremos salvado a dificultade que separa ambas as duas língoas e daremos ao galego un carácter mais universal, facendoo accesible ao maior número de homes.
Foi um mal da literatura galega aislarse mediante a sua ortografia. Escrita com ortografia portuguesa houbera corrido mais facilmente o mundo e isto teria influido no vitalidade do noso idioma e do noso pobo, pois ambos van intimamente unidos.
Johan V. Viqueira. Pol-a reforma ortográfica. A Nosa Terra, nº43. Pág. 1
Galicia como grupo étnico, tem dereito a diñificar a língua que o seu próprio xenio criou, porque é unha língua capaz de ser vehículo de cultura universal, porque lle sirve para comunicar cos povos de fala portuguesa.
Castelao. Sempre en Galiza. Op Cit. Pag. 108

Quen son os que tratan d’arredarse do resto do mundo, nosco –os galeguistas- que falando o noso idioma conquerimos entendernos com portugueses, brasileiros ou vosco –os desleigados- que por poñer todal-as forzas na defensa do castelán, creendoo supremo hacedor, tedes que sere eistraños antre aquelas xentes, co-as que nosco, sin ningún sacrificio, faguemos entendernos?
Xosé Ares Miramontes. O galego é de moito proveito. A Nosa Terra. nº 72. Pág. 3

Dispois de todo a língua nosa é a portuguesa –un, galego modernizado, outra, portugués antigo- xa casi comparte a hexemonia no mundo de civilización latina c’o castelán e acabará por compatilo por inteiro.
(autor desconhecido. Pensa-se que pode ser V. Risco) Portugal e Galicia. Unha festa dina de Lembranza. A Nosa Terra, nº 58. Pág. 4

A grande maioria dos galeguistas seguiam princípios teóricos reintegracionistas porque era o que lhes parecia lógico e coerente. Os estudos linguísticos de anos posteriores reafirmaram a unidade linguística galego-portuguesa, reafirmaram a bondade para as falas galegas de possuirmos um grande número de falantes no mundo e a facilidade de chegarmos a uma situação universalista da nossa cultura graças à nossa criação mais importante. Só uma situação de desconhecimento destas realidades e das vantagens que elas têm é que fazem aos que se dizem galeguistas ou nacionalistas de seguidores dum galego isolado e afastado do resto do diassistema, embora seja conhecido com outro nome diferente ao que lhe deu origem. Já não galego, mas português.


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