sábado, 26 de outubro de 2013

Roteiro pela Gallaecia sueva: Braga. Crónica duma jornada.





Por Paloma Fernández de Córdova e José Inácio Capeloso

Se por algo se caraterizou o roteiro do Palácio Real Suevo do passado 12 de outubro, foi pelo ambiente descontraído e fraternal em que decorreu a jornada, assim como pela vontade de desvelarmos a nossa história, apagada em grande medida a ambos os lados do Minho. A jornada começou às 9:30h de Madrid (10:30h na Galiza sul) a meio de um nevoeiro que prometia um dia cheio de luz -solar, mas também cultural- como de facto foi. O sol a meio da manhã convidou-nos a tirarmos as peças de abrigo, enquanto avançávamos num percurso que nos levou pelos caminhos da antiga Gallaecia celta e do Suevorum Regnum, a través de vestígios arqueológicos, museus, igrejas pré-românicas vinculadas ao Primeiro Reino da Gallaecia, sartegos de personagens cruciais na história do 1º estado europeu ou os restos não escavados do Palácio Real Suevo. Contamos com vários guias nos diferentes espaços que visitamos, entre os quais destacou José Manuel Barbosa quem, além de organizar as visitas da mão dos amigos portugueses como Carlos Maciel, Pedro Bacelar, António Costa, Luís Miranda, Hugo Gonçalves... , fez para nós explicações muito interessantes sobre diferentes aspetos do nosso passado. Finalizamos o roteiro no local emblemático de Santa Marta das Cortiças onde, com a escuridão em cima, fixamos o entusiasmo do dia com uma foto do grupo trás a bandeira sueva. Com certeza, foi um dia para não esquecer.
Como combinado, os seguidores do blogue DTS encontramo-nos na estação de comboios de Braga, somando em total mais de vinte pessoas de aquém e além Minho.
Depois das saudações e toma de contato entre os membros do grupo, começamos o nosso roteiro com uma primeira visita a um
balneário celto-galaico, no subsolo da própria estação, posta a descoberto em Fevereiro de 2003, durante as obras de ampliação da mesma. Aqui observamos um bom trabalho de respeito e restauro do património, com painéis explicativos sobre o monumento.
Na sauna, datada na Idade do Ferro, vêem-se três partes bem diferenciadas
: o forno, uma pequena zona de transição e a sala. O acesso, através da chamada Pedra Formosa, faz-se por um buraco semicircular na parte baixa da pedra, que obriga a se arrastar polo chão para entrar e sair dela.
Trata-se de um esquema construtivo que aparece noutras muitas saunas da Gallaecia, nomeadamente na parte sul, localizadas com frequência em espaços importantes na distribuição urbanística do castro ou citânia, no sopé das fortificações para onde corria uma linha de água.
A sua utilidade é ainda motivo de elucubração. Alguns arqueólogos especulam com elas serem lugares iniciáticos, relacionando-as com o masculino, onde os guerreiros poderiam receber algum tipo de ensinança.
Porém, dada a sua abundância no território galaico, há outras teorias que apontam a este tipo de construções serem não exclusivas de uma determinada classe social, mas lugares para a socialização e para a higiene sanitária, tanto física como espiritual. Sanidade que se explica desde a velha e atual medicina chinesa, em que o vapor compensa, elimina o excesso de humidade, cura o morrinhoso que o clima atlântico mete no corpo e na alma. É assim que agua para a medicina chinesa, e não só, é memória, e o excesso de memória ou de humidade causa sobrecarregamento do baço(1): saudade ou morrinha. A sauna adaptada ao lugar galego trata de tirar o excesso de humidade, de pensamento memorístico repetitivo, enxuga, além de reparar artroses e contraturas ... De maneira contrastiva, a sauna nórdica tira o frio, pois o alto vapor conduz calor para dentro do corpo. A sauna nórdica molha também por dentro, pois o frio baixa muitíssimo a humidade, seca, o ar frio contém pouca auga, ainda que a sua humidade relativa for alta. A sauna nórdica funciona bem "sanitariamente" para o inverno castelhano. Mas do ponto de vista da medicina tradicional chinesa, na Galiza “sobra” orvalho, cujos efeitos na saúde devem ser reduzidos.
Neste tipo de construção como num forno, primeiramente se aquece o espaço fechado, para logo entrar nele. Consta de quatro partes: O forno, onde era incinerada a lenha para aquecer as pedras; a sala quente, onde era atirada água fria contra as rochas incandescentes, liberando grande quantidade de vapor que ficava retido por apenas existir aquela pequena passagem semicircular por onde se acedia; a sala morna, intermédia, onde era possível admirar os desenhos na pedra de acesso à sala quente; e, por último, a sala fria, zona parcialmente aberta, onde a água fria era retida em tanques laterais. Assim era que nestes balneários se conjugavam os quatro elementos: terra, água, fogo e ar, num ritual de purificação ancestral.
Na Irlanda, onde o legado celta não foi decepado, saunas parecidas com as galaicas funcionaram até ao s. XIX. Nas saunas irlandesas, a utilização de vapor é pouca, ao estar a sauna construída ao pé de um curso de água, ou num lugar húmido, sem chegar a ser vaporosa, tipo sauna nórdica. O forno aquece e a lentura do terreno proporciona humidade ao ambiente.
IRISH MEGALITHS: Weathouses.
O “oficialismo” adjetiva estas saunas galaicas de pré-romanas ou castrejas, o que revela a carga preconceituosa que a denominação de castreja leva consigo ao ser aplicada à cultura céltica desta parte norte da Galiza. (Vid. O Celtismo na Galiza hoje)
O tema já foi tratado com largura neste mesmo blogue, e o próprio Barbosa retomou-o numa das suas explicações durante o roteiro, para falar do absurdo de uma cultura ser denominada pela sua habitação, assim como a ideia-força dos centralismos “culturais” de apagarem qualquer indício ou referência ao passado do povo submetido, tal e como acontece cá com qualquer referência que ligue a antiga cultura assentada na velha Gallaecia com o céltico, seguindo uma estratégia de ocultação da identidade galaica e das suas profundas raízes
(2). Como pudemos verificar, isto não acontece apenas na Galiza aquém-Minho, pois nos locais e museus que visitamos na área bracarense, o céltico estava também desaparecido, por não falar da inexistência de qualquer menção ao reino suevo. Extravagante, pois não?
Continuámos o percurso para visitar a capela de São Frutuoso de Montélios, a poucos quilómetros, no cinto periurbano de Braga. Igreja de feitura pré-românica, cruz grega, com influência bizantina.

Aqui entre outros temas, o professor Barbosa falou do arco de ferradura presente na arquitetura visigótica e na de Al-Andalus, e de como esse tipo de arcada já marcava presença na época sueva, tal e como fica exemplificado na igreja de Santa Comba de Bande (Ourense, Galiza) e, ainda, em Santa Eulália de Bóveda, de finais do s. II ou princípio do s. III d.C.
Santa Eulália de Bóveda (Lugo, Galiza) foi na origem um santuário dedicado à deusa Cibeles reconvertido em igreja cristã. A ideia do culto a Cibeles vem dado pela presença de alguns elementos decorativos que representavam a essa deusa romana, como o avestruz como representação zoomórfica. Não se conhece outro caso similar de templo pagão cristianizado, que apresentava já na altura o arco de ferradura, talvez o mais antigo na península.
Quanto à Santa Comba de Bande, o documento mais antigo referido à igreja é um cartulário que a dia de hoje está guardado no Mosteiro de Cela Nova e que foi entregue a um arquiteto de nome Odoymo para a sua reconstrução em 872. No texto, em letra mal chamada de "visigótica"  (Vid: O que a verdade esconde) e que nós chamaremos de galaica ou suévica, dizia que a igreja existia já douscentos anos atrás, o que nos leva ao ano 675. Se fosse que naquela altura, o edifício estivesse em ruínas, com toda probabilidade, teria um número de anos que, com certeza, nos levaria até a época sueva, quer dizer, anterior ao 585; o que se traduz nuns noventa anos atrás, ou talvez mais. Não é, pois, difícil imaginar que uma igreja, na altura desmoronada, terá muitos mais anos do que noventa para ser a ruinaria em que o documento fala. Se isso for assim, a identificação da igreja como visigoda é falsa, podendo determiná-la com segurança como sueva no mínimo; e ainda, depois de visitá-la e sabendo que nela há elementos romanos, até podemos chegar a datá-la na época tardo-romana, vinculada com a Via XVIII ou Via Nova e com o acampamento de Aquis Querquernis.

Outro tema interessante que tratou Barbosa foi o das relações entre o Império Romano de Oriente e o Reino Suevo durante os séculos V e VI, em que a figura de Martinho de Panónia, (São Martinho de Dume) teve uma função principal, sendo organizador de um reino-estado, numa altura em que o poder terreal tinha pregado a partida ao poder espiritual.
Este homem singular chega à Gallaecia talvez como enviado auxiliador desde o Império Oriental, numa afixação de alianças para o controlo dos territórios do falido Império Romano Ocidental.
Relacionado com a conversão do reino suevo para o cristianismo, temos a história que conta Gregorio de Tours em Historia Francorum sobre o rei Carriarico, quem tem muito a ver com a advocação do São Martinho de Tours em Ourense por um milagre que aconteceu na época do seu reinado. Os factos -segundo conta Gregorio de Tours- ocorreram quando o filho do rei, de nome Ariamiro, adoeceu vítima de uma epidemia. Na sua inquietação, o pai perguntou entre os seus súbditos sobre a religião à que pertencia um homem chamado Martinho, que tinha fama de realizar grandes milagres entre os gauleses. Descobriu que aquele homem fora um bispo católico, que ainda desde a sua tumba continuava a realizar milagres entre a gente do povo. O monarca não duvidou em enviar a Tours, à tumba do santo, uma oferenda em ouro e prata equivalente ao peso do seu filho; mas a curação não se produziu porque ainda estavam arreigadas no peito do rei as crenças arianas*. Percebendo isto, o monarca enviou uma oferenda maior do que a anterior ao sepulcro do santo, anunciando que se o seu filho curasse ele próprio adotaria a religião do santo.
Chararici cuiusdam regis Galliciae filius graviter aegrotabat, qui tale taedium incurrerat, ut solo spiritu palpitaret. Pater autem eius faetidae se illius Arianae sectae una cum incolis loci subdiderat”. Gregorio de Tours, Historia Francorum.
O envio fez-se por barco por ser mais seguro e rápido que por terra. Nele, por volta do ano 550, portavam-se entre outras oferendas um dossel de seda para oferecer ao santo e acompanhando à comitiva, viajava um homem procedente também da Panónia, que a história denominaria com o nome de Martinho de Dúmio, peça fundamental da cristianização e catolização da Galiza sueva, acaso que Gregório de Tours atribuiu à “divina providência”. O filho do rei curou da sua enfermidade e a lepra que ameaçava a todo o seu reino sumiu. Quando o rei teve notícia do milagre, convocou os seus servos mais próximos no poço situado onde hoje está a Praça da Madalena e, ali, comunicou a todos a sua decisão de aceitar o catolicismo como religião oficial do reino. Esta foi a segunda conversão sueva e com ela o distanciamento dos seus inimigos visigodos. O levantamento de uma igreja com a advocação a São Martinho é o único dado que permite identificarmos em Ourense esta construção com a atual igreja de Santa Maria a Madre, a primeira Catedral da Sedis Auriensis, a qual ainda conserva umas colunas de mármore que os especialistas datam de época sueva. Se for assim, e tudo indica que pode ser certo, temos que datar a igreja no ano 550. A dia de hoje, o São Martinho continua a ser o santo padroeiro da cidade das Burgas que homenageia o santo no dia 11 de Novembro, e a atual Catedral, do século XII, continua a ser a “Catedral” do São Martinho!

A seguinte visita foi para o
Núcleo Museológico de São Martinho de Dume mas, infelizmente, estava fechado. O que ali iríamos ver entre outras cousas era o túmulo, sartego, de São Martinho.
Dali dirigimo-nos para o seguinte lugar da visita, o
Museu Regional de Arqueologia Diogo de Sousa.
Este museu está na mesma cidade de Braga, e recolhe achados desde o paleolítico até a época medieval.
Acompanhados por uma guia do próprio museu, percorremos as diferentes salas. A época paleolítica, com os utensílios de pedra. A época céltica, rotulada como castreja, com uma réplica de guerreiro galaico, (também chamados pelo centralismo lisboeta como “lusitanos”) no qual bem se percebe a saia com Kilt aos quadros ao biés utilizada pelos celtas galaicos. Também encontramos nesta sala objetos de prestígio e de importação achados nos castros e citânias, entre outras mostras.
Estas estátuas pétreas de guerreiros, provavelmente da época pré-romana, foram encontrados por todo o noroeste peninsular, todas para norte do rio Douro, o que quer dizer que só podem ser consideradas como galaicas. Porém, as quatro estátuas em atitude de guarda achadas no castro de Lesenho, em Boticas, em 1785, foram classificados em Portugal como Monumento nacional em 1910 e levados para Lisboa com o rótulo de “guerreiros lusitanos”.
O edifício museístico está sobre o espaço que ocupou uma
villa romana da qual se conserva o pavimento com mosaicos numa das suas salas.
O subsolo de Braga está cheio de restos da antiga cidade romana, de cuja época o museu tem um grande acervo.
Já da época medieval pudemos contemplar uma réplica do túmulo do São Martinho de Dume, que perdêramos de ver no fechado Núcleo Museológico.
Após esta visita fomos para os jardins de Santa Bárbara, belamente engalanados com plantas floridas. Foi lá que fizemos um intervalo para o almoço (jantar nalgumas zonas da Galiza norte), sandes, bolinhos, e por ai fora...
Do outro lado da rua, limitando com os jardins, uma fonte com um dragão verde a destacar entre a escuma branca do chafariz, trazia-nos sutilmente a lembrança de estarmos na capital sueva da Galiza. O Dragão verde é um dos animais símbolo da bandeira daquele primeiro reino.
Já depois da refeição, continuamos o percurso a pé passando pela torre de menagem do antigo castelo de Braga, admirando os símbolos que os canteiros deixaram na pedra cuidadosamente lavrada. Caminhamos assim até a Fonte do Ídolo...
Uma nascente num grande penedo granítico, rocha viva trabalhada, esculpida, na qual vemos uma figura principal em que não podemos identificar o sexo, trajada de túnica com muitas pregas, uma inscrição em latim indica que "Célico Fronto", natural de Arcóbriga (3), mandou fazer o monumento.
À direita do ídolo está outra inscrição que deixa muito campo para o estudo e elucubração, “TONGOE NABIAGUS”.
Tongoe nabiagus lembra-nos à divindade Návia, deusa galaica das águas (4).
Há também uma figura de busto humano numa edícula, como um tímpano, com uma ave a um lado e um martelo ou maça ao outro. A guia explicou algumas teorias sobre o monumento e tentou responder às muitas perguntas dos membros do grupo.
Fomos deixando atrás Braga e, de carro, dirigimos-nos para a citânia de Briteiros, atravessando a frondosa floresta das abas dos montes que circundam Braga pelo leste, lugar do santuário do Bom Jesus.
Briteiros: um grande castro; suposto centro dos galaicos brácaros, que na sua época de esplendor pôde chegar a ter mais de dez mil habitantes.
O castro apresenta uma continuidade alargada de ocupação, desde a idade do cobre
(5), até a romanização, calcula-se que foi abandonado no século III d.C.
Percorremos as suas íngremes ruas onde observamos a cuidadosa canalização das aguas.

Visitamos a pedra formosa, trabalhada lousa granítica porta de entrada de uma sauna, com os símbolos do trísquel. A sauna de Briteiros tem a mesma distribuição que a descrita anteriormente. É para destacar o bom estado de conservação das gravuras.

Numa escavação em 2006, foi localizada -umas centenas de metros abaixo do referido monumento- uma estrutura de um segundo balneário, onde alguns arqueólogos, como o próprio Mário Cardozo, localizam a implantação original da Pedra Formosa, que atualmente se guarda no Museu da Cultura Castreja em Briteiros. Porém, outros estudiosos julgam que as ruínas dos banhos achados não são compatíveis com a beleza e a qualidade do entalhe da pedra, o que leva à possibilidade de ter havido até três balneários na citânia. A estrutura ficou parcialmente destruída em 1932 com a construção da estrada Nacional 306, entre São Salvador de Briteiros e o Bom Jesus de Braga.
Desde a parte baixa, onde está esta pedra formosa, subimos ao coroto da citânia, fazendo um alto no caminho. Intervalo que não serviu apenas para descanso, como também para escutar de novo o professor Barbosa a falar sobre as teorias que colocam o noroeste peninsular no berce celta da Europa atlântica. Barbosa acompanhou as suas explicações sobre a Teoria da Continuidade Paleolítica com as lendas associadas a Breogão e aosmilesianos, colonizadores da velha Eirin segundo o Leabhar Gabhala.
Chegados ao cume, descemos até a chamada “Casa do Conselho”, uma habitação grande circular de banco corrido, onde fomos colhendo assento. O Bruxo Queiman, participante ativo, emocionou-nos com um monólogo de exaltação da história e do sentimento galaico. 

Nesse espaço de roda nasce a ideia da diferente organização que o círculo implica a respeito do quadrado, onde a rainha ou o rei não têm uma cadeira especial, nem um lugar superior, e de como isto pôde talvez chegar até um dos últimos reinos célticos, na famosa mesa redonda do rei Artur ...
O dia ia dando cabo de si e faltava a visita ao antigo palácio dos reis suevos.
Outra vez de carro dirigimos-nos à capela de
Santa Marta das Cortiças, no alto da Falperra, um belo miradoiro onde finalizaríamos o roteiro.
Neste alto de monte, localizado a sudeste de Braga, com vistas sobre a cidade, foram descobertos vestígios de um castro romanizado e diversas construções, entre as quais destaca uma maior. Um grande edifício que, com muita probabilidade, teria sido o palácio real suevo, dada a sua magnitude e a datação do espólio dos achados, que remetem aos séculos V e VI, tempos em que Braga foi capital da Gallaecia. Os restos achados foram novamente enterrados para uma melhor preservação, enquanto não forem efetuadas escavações.

É de bem agradecer o trabalho organizativo e de guia dos amigos bracarenses, assim como a sua hospitalidade e amizade; também o labor levado à frente por DTS na organização deste roteiro orientado a acordar do sono maléfico a apaixonante história que nos une aos galaicos.
Obrigados a todos vós. “Benções.”
 
(1) Nas pessoas melancólicas e saudosas há um excesso de humidade, para a medicina chinesa estancada no baço.
Já no saber do povo galego isto é conhecido, pois no gado há a chamada baceira, uma doença na que o baço tem grande tamanho, pensa-se popularmente devida a um enchoupamento, a estar ensopado de água.
(2) Reinhard Heidrich - SS Grupenführer . (Diretor do departamento principal de segurança do Reich): “Privem o povo da sua consciência nacional, tratem-nos como uma tribo e não como uma nação, diluam a sua honra nacional, não ensinem a sua história, propaguem que a sua língua é inferior, façam-lhes ver que eles têm um vazio cultural, enfatizem que os seus costumes são primitivos, e enganem-nos com que a independência é uma bárbara anomalia”.
Podemos observar, tanto na Gallaecia sob a espanholidade como na Gallaecia sob a lusitanidade, este processo de infravalorização do genuíno e da raiz atuando, e infelizmente alienando.
(3) Arcobriga foi um castro, posteriormente romanizado, no atual concelho de Monreal de Ariza (Aragão, Espanha).
(4) A hipótese etimológica sobre tongoe, pode levar à mesma raiz que tongue inglês, (língua), polo que estaríamos diante da língua de Návia.
Outro caminho seria a raiz de tanque e estanque, que para a etimologia é uma palavra da Índia do idioma Gujarati 
tankh que os portugueses navegantes trouxeram para a Europa.
Hipótese que fica em dúvida, ao termos no galego a palavra tanque, além de para o estanque, para distintos tipos de taças ou copos, com asa e sem ela, á vez que a palavra tango
para o mesmo tipo de utensílio. Sendo pois “tongoe nabiagus”, o tango naviego, o copo de Návia, ou o tanque, estanque de Návia.
(5) A primeira etapa neolítica, o calcolítico ou idade do Cobre, é calculada que começou polo ano 3.100 a.C. nesta zona geográfica da antiga Gallaecia.



2 comentários:

guel taliesin disse...

Fantástico...Parabéns

canojones-carlosjorgemota.blogspot.com disse...

Dou daqui os meus parabéns a Paloma e ao José Inácio pela excelente narração descritiva desta jornada maravilhosa.
Espero que nos encontremos mais vezes, tanto no lado de cá como no de lá do Rio, pois toda a zona circundante tem um rico espólio para visita, quer museológico quer paisagístico quer tradicional quer até (por que não?) gastronómico.
Um abraço fraterno
(Carlos Jorge Mota, com o pseudónimo em blogues "Canojones")

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