Por José Manuel Barbosa
Rodrigo Ximenes de Rada, conhecido na historiografia galeguista por manipular os textos históricos em favor de Castela e contra a Galiza, no seu livro De rebus Hispaniae relata de forma novelada
a morte na batalha de Uclés, do filho
do Rei Afonso VI Sancho Alfonsez. Este relato é copiado com muito poucas
variantes pela Primera Crónica General de España de Afonso IX o
Sábio....Afonso X para a historiografia castelhanista.
(Afonso VI) Adefonsus, Rex tota Gallaecia |
Apresentamos aqui a versão adaptada para o castelhano moderno deste livro do Rei chamado sábio:
“Y como fuera gravemente herido el caballo que montaba el infante Sancho, dijo (éste) al conde: “Ayo, ayo, han herido el caballo que monto”. Le contestó el conde: -“No te muevas, porque si no te herirán a ti”. Y al punto se desplomó el caballo que había sido alcanzado y al arrastrar consigo al hijo del rey, se apeó el conde y parapetó como pudo al niño entre él y su escudo, mientras la muerte le apremiaba por todas partes. Él, valiente como era, no sólo protegía al niño con el escudo, sino que repelía los ataques que llovían de todos lados, pero, al serle cercenado un pie de un tajo, no pudo aguantar más y cayó sobre el niño para morir él antes que el niño... Una vez que los condes y nobles que habían salido con vida del combate llegaron a Toledo y se presentaron ante el rey con los rostros abatidos, el rey, sobrecogido por un dolor indescriptible, les habló así: “Dónde está mi hijo, la alegría de mi vida, el consuelo de mi vejez, mi único heredero?” Le respondió el conde Gómez: “No nos encomendasteis a nosotros el hijo por el que preguntáis”. El rey le dijo: “Aunque lo encomendé a otro, también os hice a vosotros responsables del combate y de su seguridad; y el que estaba especialmente encargado de ésta luchó, fue herido y murió encima de él; vosotros en cambio, que abandonasteis a mi hijo, ¿cómo os atrevéis a venir?
“Y como fuera gravemente herido el caballo que montaba el infante Sancho, dijo (éste) al conde: “Ayo, ayo, han herido el caballo que monto”. Le contestó el conde: -“No te muevas, porque si no te herirán a ti”. Y al punto se desplomó el caballo que había sido alcanzado y al arrastrar consigo al hijo del rey, se apeó el conde y parapetó como pudo al niño entre él y su escudo, mientras la muerte le apremiaba por todas partes. Él, valiente como era, no sólo protegía al niño con el escudo, sino que repelía los ataques que llovían de todos lados, pero, al serle cercenado un pie de un tajo, no pudo aguantar más y cayó sobre el niño para morir él antes que el niño... Una vez que los condes y nobles que habían salido con vida del combate llegaron a Toledo y se presentaron ante el rey con los rostros abatidos, el rey, sobrecogido por un dolor indescriptible, les habló así: “Dónde está mi hijo, la alegría de mi vida, el consuelo de mi vejez, mi único heredero?” Le respondió el conde Gómez: “No nos encomendasteis a nosotros el hijo por el que preguntáis”. El rey le dijo: “Aunque lo encomendé a otro, también os hice a vosotros responsables del combate y de su seguridad; y el que estaba especialmente encargado de ésta luchó, fue herido y murió encima de él; vosotros en cambio, que abandonasteis a mi hijo, ¿cómo os atrevéis a venir?
Guardamos, no entanto, alguma prova
documental indireta da língua dos Reis, como por exemplo a recolhida por Frei
Prudencio de Sandoval, historiador originário de Valhadolid do século XVI-XVII
que reproduz os soluços de Afonso VI perante a morte em 30 de Maio de 1108, na batalha de
Uclês do seu filho Sancho, herdeiro do trono. A língua na que chora o Rei não
pode ser outra diferente da que o Monarca tinha por sua: o galego-português e
não o castelhano...Não podemos dizer com total certeza qual a língua dos condes que falaram esse dia com ele nem como foi que transcorreu a conversa, mas...
Segundo nos conta
Sebastián Rico, Frei Prudêncio de Sandoval, bispo de Tui primeiro e de Pamplona depois, autor da Crónica General e España (1615). o Rei diz:
“...y
en la lengua que se usaba dijo con dolor y lágrimas que quebraban el corazón:
Ay meu filho! Ay meu filho! Alegria do meu coração et lume
dos meus olhos, solaz da minha velheçe! Ay espelho em que me soya veer, et com
que tomava muy grand prazer! Ay meu herdeyro mor! Cavaleyros, hu me lo
leixastes? Dade-me meu filho Condes!”
Versões posteriores da Crónica de Sandoval como a de Benito Cano de 1792 cujo link oferecemos abaixo destas letras, apresentam-nos esse mesmo texto talvez algo modificado e adaptado para leitores castelhanos do século XVIII:
As nossas perguntas, portanto, são: Que ganha Galiza e os galegos aceitando as versões castelhanas da História da Galiza e historiografia castelhanista? Porque a "Xunta de Galicia" aceita sem qualquer tipo de crítica um ensino da História da Galiza contada desde parámetros que nada têm a ver com uma visão auto-centrada do País e que em nada beneficia nem a verdade, nem os nossos interesses? Porque a historiografia de Portugal é tão castelhanista como a castelhana se o facto de ter um Estado independente faz com que uma versão "lusófona" poderia ser perfeitamente viável e ajudaria a pôr no seu lugar uma versão mais veraz e digna da História da Nossa Língua comum? Porque no Brasil não se estuda a História da Língua como corresponde e porque não liga na sua memória nacional com a Galiza? Porque no Brasil não é conhecida a Galiza como berço, origem e matriz da Nossa Língua conhecida no mundo com o nome de "portuguesa"?
Outra Bibliografia:
Rico,
Sebastián: Presencia da língua galega. Ediciós do Castro.
A Crunha, 1973, pp 8-9
Marcial Valladares: Elementos de Gramática gallega.
Galáxia. Fundación Penzol. Vigo. 1970. Pág 21.
3 comentários:
Permitir copiar o texto -citando a fonte se quiger- ajudaria a difundir umha informaçom tam valiosa.
Podes difundir enviando este link:
http://despertadoteusono.blogspot.com.es/2013/01/afonso-vi-chorou-em-galego.html
A informação flue igualmente e para nós é importante.
O nacionalismo português - diríamos melhor "bairrismo" -, infelizmente transmitido a nós brasileiros, parece supor que Portugal e sua língua nasceram do nada, como obra do Divino Espírito Santo.
Parece que a ruptura do cordão umbilical, que o ligava a Galiza, foi definitivamente sepultado, como algo incômodo.
Mas me parece que isso não foi assim ao início. A rejeição - a negação que faz Portugal de suas próprias origens galegas - está na emulação à Castela, que se impuseram cultural e politicamente aos galegos. Afinal, Castela - e depois Espanha - sempre foram uma ameaça à autonomia e à dignidade lusitanas.
Some-se a isto a "desnacionalização" imposta pelos espanhóis aos galegos, durante séculos e séculos, e talvez tenhamos, José, um indício de resposta à sua última indagação.
Abraços.
Paulo
Enviar um comentário