quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Como e quem nos manipula?






Por José Manuel Barbosa
(Ver: A manipulação do ser humano através da linguagem)
A manipulação é um dos mecanismos aos que estamos submetidos no mundo que vivemos. A guerra é substituída pela política na Era da democracia o qual não significa a ausência da agressividade mas tudo o contrário. A agressividade converte-se numa arma subtil tanto no pessoal quanto no social e político. Perante isso cumpre reconhecermos os mecanismos, as estratégias, as formas e os modos para nos podermos mexer entre as espadas. É de obrigada aprendizagem para nos podermos defender bem.

Nestes momentos de destruição da Galiza de todos os pontos de vista vejamos como é que age o poder connosco para que a nossa destruição seja totalmente eficaz. De nós depende o sabermos contrapesar essa energia negativa e convertermo-la em energia neutra.
Os dez princípios usados pelos manipuladores e pelos psicopatas segundo nos informam os psicólogos podem dar-nos informação do que se faz com os galegos.
Vejamos a que estamos submetidos:

1- Volver-te tolo com enganos: "Isso não aconteceu nunca", "imaginache isso", "Volviche-te tolo", "Estas errado".... Serve para distorcer o teu sentido da realidade tentando bombardear a tua auto-confiança e impede a tua defesa frente o abuso.
(O paradigma historiográfico castelhanista em que a Galiza não existe na História é um exemplo. Se falas do "Gallaeciense Regnum", se falas dos celtas, se falas dum País medieval soberano.... são imaginações de historiadores que baseiam as suas teses na Ciência Fição)
Mapa do Historiador castelhano Modesto Lafuente do seu livro "Historia General de España" editado entre 1850 e 1867 onde se pode ver a tradução que ele faz do nome que os muçulmanos lhe davam ao NW peninsular. A "Jalikiah2 árabe é traduzida por "Reino de León"

2- Projetar a culpa em ti e não em quem te está a manipular: "A culpa é tua", "A mim que me contas"... Tenta descarregar toda a responsabilidade em um e livrar-se dela o/a manipulador/a
(Os incêndios são culpa da cultura galega, a cultura do lume; os galegos são os culpáveis dos incêndios porque sempre há alguém que por uns euros é capaz de pôr-lhe lume a um monte. Os galegos são parvos porque sempre votam ao Pepé que não faz mais do que fazer-lhes dano pelo que os galegos são uns masoquistas que não merecem crédito..)

3- Tirar as cousas de contexto sem reconhecer os matizes de uma manifestação ou as múltiplas formas de perceber um assunto.
(Lembrais a notícia que se dava nos média da imposição aos escolares para apreenderem o hino galego escrito por um tal "Arturo" Pondal e no que se dizia que os que não sabiam falar galego eram "imbecis e escuros"?)


4- Mudar as regras de jogo ou utilizar duas varas de medir. O que vale para mim não serve para ti. (Quintana não pode negociar com um empresário sobre os eólicos... mas Feijó pode enlear-se com um narco ou o Rajoi pode estar no iate de outro... No primeiro caso "não se pode tolerar", no segundo e terceiro "isso não tem importância". Também poderíamos falar das duas varas de medir quando dos assuntos da língua falarmos: o bilinguismo está bem para os galegos mas para os demais não... ou como disse um parlamentar catalão num dos últimos debates: "Vcs, (dirigindo-se aos parlamentares do Pepé) são monolingues que querem que nós, bilingues, sejamos trilingues")
5- Desviar o tema e não querer ouvir o que um quer dizer deixando a tua opinião sem comunicar e fazendo-che ver que o que pensas não tem importância. (As manifestações dos tratoristas galegos não saem nos informativos... as de Sevilha ocupam 20' do Telejornal da noite; na época do "Prestige" censuramos o que diz a gente, o presidente do governo não vai à Galiza porque esse assunto está controlado... etc.. Falamos dos problemas do Pais Basco e de Catalunha... os problemas galegos não nos importamos se não é na seção de "Sucesos")
Notícia que se fez viral na Espanha: Um homem morre esmagado por uma rocha quando violava uma galinha em Ourense.
6- Insultar. É muito destrutivo e ataca a auto-estima do manipulado.
(Rosa Diez de UPyD, Arcadi Espada de C's, Aznar do Pepé e José Montilla do PSOE ou a TV5 são só alguns exemplos de políticos ou empresas que não tiveram pudor de insultar galegos desde um meio de informação público... e ainda nenhum pediu desculpas. Por outra parte, os dirigentes galegos do Pepé não as pediram)

7- Desprestigiar ao manipulado aos olhos dos demais. Os mártires são eles e tu um malvado que te dedicas a extorsionar. (Na Espanha existe o "problema" nacionalista; o nacionalismo galego é insolidário; Galiza nunca melhor esteve porque o Estado é muito solidário com ela; "los nacionalistas son unos radicales", "Nosotros los constitucionalistas buenos y ellos los nacionalistas malvados ....)
8- Fazer brincadeiras agressivas com ironia. O ataque nunca é direto porque te defenderias bem, mas há que recorrer ao ataque pelas costas. Ao final segundo eles "tudo é brincadeira" dito com um sorriso nos lábios. Se insistes em culpar ao agressor finalmente vai ser que não tens sentido do humor. (Lembramos a polémica sobre as piadas de galegos? Depois dos protestos pelo racismo dos conteúdos, os média desqualificaram aos que denunciaram esse facto dizendo que não tinham sentido do humor, que os galegos têm complexos, etc....)

9- Alimentar inimizades de terceiros para fazer-che perder energia em te defenderes de outros e não defender-te do agressor principal. (Lembramos também os conflitos com os asturianistas que veem o inimigo no Oeste e não no Sul; talvez nestes momentos se esteja tentando criar um problema com o mundo lusófono e no seu nome com Portugal pela tentativa de inclusão dos anti-reintegracionistas nas instituições lusófonas...

Conclusão: O projeto nacional imperante manipula no seu favor e em detrimento da Galiza.



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