segunda-feira, 16 de agosto de 2021

As Bandeiras ibéricas. Castela-Mancha. Capítulo 5

  

Castela a Mancha: A bandeira de Castela a Mancha é outra das bandeiras criada ex professo para completar o mapa autonómico elaborado a partir da Constituição de 1978. Tradicionalmente o Reino de Toledo, que era o antigo nome que recebia o território aproximado que hoje recebe o nome de Castela a Mancha foi um reino incorporado à Cristandade a partir de 1085. Foi Afonso VI quem anexou a Taifa de Toledo, até esse momento andalusi e muçulmana e como zona de expansão leonesa, não castelhana, ao espaço político cristão mas que acabou derivando no centro do projeto nacional castelhano uma vez que Afonso VII morre e deixa ao seu filho Sancho como Rei de Castela com a incorporação do território toledano. Em origem a bandeira desse Reino era azul celeste com a Coroa real em ouro no centro ainda que também foram usadas bandeiras das Ordens Militares como distintivos militares dos cruzados que lutavam contra o Islão na Península Ibérica. Uma dessas bandeiras foi a da Ordem de Santiago, branca com a Cruz de Santiago em vermelho no centro do campo.

Conhecemos esta bandeira porque também nos aparece nas imagens que conservamos do funeral do rei Carlos I:

Durante o século XX elaboraram-se vários modelos vexilológicos que foram finalmente preteridos. O primeiro deles foi o de 1906 e representava numa bandeira esquartelada a união das bandeiras provinciais de Albacete, Cidade Real, Cuenca e Toledo com as cores preta (para Toledo) vermelha (para Cuenca), azul (para Cidade Real) e branca (para Albacete). Todas elas com os seus respetivos escudos. Madrid e Guadalaxara não eram consideradas porque nao entravam dentro da Mancha histórica. 
Bandeira de 1906
Pouco tempo mais tarde, em 1919 a essa bandeira foram-lhe tirados os escudos provinciais que cada uma dos quartéis
possuía e foi-lhe acrescentado o escudo do Rei Afonso XIII. 
A mesma bandeira podia ser representada com os escudos das Ordens Militares que operaram no antigo Reino de Toledo durante a época medieval e nas lutas contra os muçulmanos andalusis. Foram estas: a Ordem de Santiago arriba à esquerda, a Ordem Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, Rodas e Malta, arriba à direita, a Ordem de Calatrava, abaixo à direita o escudo heraldico da família dos Manuel, família poderosa de Albacete, abaixo à esquerda. Finalmente as chaves de São Pedro. No centro um escudo de Castela típico, em vermelho com o castelo, rodeado de quatro estrelas que representam as quatro províncias consideradas manchegas (Toledo, Cidade Real, Cuenca e Albacete).

Posteriormente estes escudos, qur o real, quer o das Ordens Militares, foram substituídos
por uma estrela amarela de cinco pontas sendo os quartéis preto na parte superior esquerda e azul da parte inferior esquerda do tamanho de um sexto do total da bandeira enquanto o vermelho da parte superior direita e branco da parte inferior direita ocupavam cada um os dous sextos do total da bandeira. 

Uma das suas variantes aparece com os quadros do mesmo tamanho com a estrela no centro do corpo vexilar:


Finalmente o vinculo com Castela acabou impondo-se e a proposta de Ramón Maldonado foi aceite como vexilo da atual Comunidade Autónoma. A tradição castelhanista consolida a Mancha, ou a Castela a Nova, como foi denominada durante os séculos XIX e XX,
como pertencente tradicionalmente à Coroa de Castela e com isso a sua simbologia atual, criada em janeiro de 1980. A bandeira dividida verticalmente em duas partes tem o retângulo mais próxima ao mastro de cor carmesim com o castelo tradicional castelhano com três torres em ouro, enquanto o segundo retangular mais afastada da haste em branco. Igual do que a de Madrid é uma bandeira criada ex-novo mas que identifica a região como castelhana.

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