terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Um Telejornal na TV galega: O NO-DO ou o nada?




Por José Manuel Barbosa
Tomei a moléstia de recompor o guião dum Telejornal da TVG o dia 30 de dezembro de 2014 para ver qual é a mensagem dos média galegos dependentes da Junta da Galiza e deu o seguinte:

- A Siriza preparada para as eleições à presidência. (Manifestações de personagens do Pepé espanhol comparando com Podemos e o perigo que suporia que houvesse uma ruptura na Europa. Não houve opiniões de partidos galegos)
-Imagens e informações sobre o acidente do avião que caiu em Malaysia.

-Imagens e informações sobre o naufrágio do barco italiano no Adriático.

-Abertura da Auto-estrada Crunha-Irun. (Um grande mérito do governo. Rajoi chupando câmara com manifestações de recuperação da crise)
-Informações sobre Venezuela. (Maduro falando e opiniões críticas de políticos vinculados ao poder em Espanha)

- Baixam os Preços em Espanha (Grande sucesso do governo).

-Problemas de duas empresas galegas (Fecham... Que lhe vamos fazer!).

-Tribunal Constitucional abaliza fusão das caixas galegas. (O recurso foi posto pelo Presidente Feijó e foi um mérito do governo  galego. As caixas galegas já não existem como tais. Não parece que se vão recompor).

-Informação sobre o chamado "Céntimo Sanitário" nos combustíveis para ajudar na sanidade. (Foi reconhecido como ilegal pelos tribunais e vai ser o Estado quem tome a responsabilidade. O lucro a conta deste imposto sobre os combustíveis era grande. As autoridades competentes vigentes são as responsáveis da consideração como ilegal deste imposto.... e claro, é luta contra a corrução. Quem se lucrou? Não sabemos)

-Alfonso Rueda, vice-presidente da Junta de Galiza substitui à Conselheira de Meio Rural provisoriamente por doença desta (Há que estar a todas. Trabalhamos muito).

-Pleno da Deputação de Lugo.

-Recorde de turistas em Galiza durante o ano 2014. (Um sucesso do regime. O comentário lembrou-nos com o seu tom triunfalista, teatral e surpreendida essas comentaristas norte-coreanas que emitem a retransmissão dum desfile militar na honra do Brilhante Camarada. Quando morreu o Patrão também nos pareciam as pragideiras do Presidente Eterno...o seu pai)

-Translação dos restos do Apóstolo Santiago e pedido de ajuda ao santo para erradicar a corrução da Espanha por parte dum representante do Estado. (Rezemos. O santo já nos livrou dos mouros... agora vai-nos livrar da corrução. Por certo... haveria algo na caixa do morto?)

-Fiscal Superior de Galiza fala contra a corrução.

-Caso NOOS que implica ao genro do Rei Juan Carlos e a sua filha. Rebaixa na multa (A lei é para todos...).

-As condena por corrução contra o ex-presidente do Barça permitem que saia do cárcere no Natal para estar com a família. (Outros não voltam à casa pelo Natal... Esses serão os de sempre)

-Problemas com um ERE (Redução de pessoal duma empresa) em Andaluzia.

-Climatologia adversa e muito frio em Galiza (Falando do tempo e da saúde).

-Empresa de Salinas andaluza destina o seu sal para as estradas galegas com o fim de produzir descongelação das mesmas e evitar acidentes (... o que eu diga: O tempo e a saúde).

-Clima produz problemas de saúde na Galiza (Já o venho dizendo: o tempo e a saúde).

-Um homem mata à sua mulher em Venuezuela para cobrar um subsídio. Detido o assassino pelas forças da ordem (Cumprindo com o dever quando se pode).

-Sequestro fingido que provoca detenções. Bom trabalho das forças do ordem (Cumprindo com o dever.....).

-Raparigas adolescentes provocam o suicídio duma companheira por acosso escolar (De injustiças também se fala na TV).

-Fabricação de moedas falsas. As forças da ordem fazem o seu trabalho muito bem feito. (Bem feito)

-Desarticulado um grupo narco em Ourense. Bom trabalho das forças da ordem. (Pois isso. Bem feito)

-Cultura:

  • Organização da obra de Teatro Musical "Los Miserables" de Vitor Hugo. (Victor Hugo falava castelhano)
  • A TVG emite uma série sobre o roubo do "Códice Calistino". Entrevistas aos protagonistas reais, responsáveis da Catedral e do trabalho policial (Há que deixar tranquilos aos espectadores. Tudo é normalidade e tudo acaba bem)
  • A FUNDEU (Fundación del Español Urgente) nomeia palavra do ano "Selfi" (se E final) adaptando-a ao castelhano (Cumprindo com a função do governo e da TV galegas na sua promoção do castelhano).
  • Livro do Jornalista de La Voz Fernándo Ónega sobre o Rei Juan Carlos dando a conhecer o seu pensamento sobre os episódios dos últimos anos que o levaram à abdicação (Que a gente não pense que somos uns irresponsáveis)
-O Tempo (...e a saúde. Já o disse)
-Desportos (Isso sim, mais de 20 minutos... que a gente tem direito à informação por mandato constitucional que isto é uma democracia!!) 
 
Pelo demais, de vida parlamentar galega, da opinião dos partidos galegos, do posicionamento dos partidos galegos sobre este ou aquele outro tema, de debates parlamentares, de atividade interna dos partidos, de espectativas nas próximas eleições, sobre temas conflituosos galegos onde não há acordos, das críticas às ações do presidente ou do governo galegos, de novas leis galegas que saiam do parlamento galego,... sobre essas cousas, nós não nos metemos porque o lema da TV galega é "Fazemos como Franco, como Aznar e Feijó que não se metiam nunca em política". Pelo demais? A economia vai bem, a crise já não existe, é Natal.... ups! desculpem... Nadal!!! e como dizia aquele paisano de Lobeira que não sabia falar castelhano do que nos falava o nosso amigo Medela: "Nós falamos castelhano, que é o nosso".
E feliz ani... que o ano é outra cousa.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Perguntas e mais perguntas.




Por José Manuel Barbosa

Falam de que a língua perde falantes e está ao borde do desastre. Dizem os responsáveis que eles não são responsáveis porque a culpa não é deles, é das famílias.... Responsabilizar ao povo da política linguística? Tenho visto as famílias aguardar na porta do médico da Segurança Social (hoje Insegurança...) com nenos nos colos; tenho visto famílias aguardando pelos seus filhos nas portas dos colégios; tenho visto famílias de muitas maneiras mas nunca vi famílias na porta da Conselharia de Cultura, Educação e Ordenação Universitária aguardando para assinar ações políticas na seçao da Secretaria Geral de Política Linguística... 
Desenho de Siro
Será que o facto de existir uma Secretaria com tal nome que não tenha culpa da deriva da língua é possível? Será que o facto de as famílias não terem conhecimento do valor duma língua, da sua língua é responsabilidade delas ou é da Conselharia de Cultura, Educação e Ordenação Universitária na sua seção da Secretaria Geral de Política Linguística? Será que não conhece a Conselharia essa lei que diz o que há que fazer com a língua? Será que não sabe o que fazer com ela? Será que não se importa? É possível não se importar? É possível a ignorância? É possível o que acontece... Será possível que quando eu não cumpro uma lei posso andar pela rua com total tranquilidade e ainda ser saudado pela gente e ter toda a honorabilidade? Como é que se chama quem não cumpre a lei? Como se chama a figura legal que define e determina ao governante que não cumpre um mandado legal?
Desenho do humorista ourensano Xosé Lois "O Carraboujo"

Será que quando não se cumpre a lei cabe denuncia? Ou não há denuncia para estas cousas? Se não cabe denuncia... que lei é essa que pode não ser cumprida? Se é uma lei que pode não ser cumprida... que fez o nacionalismo durante mais de 30 anos seguindo uma lei que pode não ser aplicada se for a vontade dum governo? É que existe a possibilidade de que haja governos que possam não cumprir uma lei? Mas se pode ser denunciável... a que aguardamos? Se estamos a aguardar ao final do processo... será que quem não denuncia é também responsável?
É desejável essa legalidade linguística? É preferível outra legalidade ou é preferível a alegalidade?
Polémica surgida porque uma família de Barcelona não aceitou um trabalho em Vigo (cidade onde mais se fala castelhano na Galiza junto com a Crunha). A razão foi que o grupo supremacista castelhanófono "Galicia Bilingue" informou a essa família que em Vigo estava proibido o castelhano no ensino.
Por outra parte, que faz um indivíduo presidente da RAG que não está do lado dos defensores da língua? Que academia é essa?
É possível que um indivíduo, presidente dum País (aqui dito Comunidade Autónoma) não defenda o seu País nem a língua do seu País? Cabe essa possibilidade? É responsável essa pessoa ou é irresponsável como por lei são os reis da Espanha? Que é isso? Quem é esse? Que País tem credibilidade quando um responsável político não é responsável legal perante os seus cidadãos e os seus votantes? Pode-se suster isso? Que possibilidade existe de o botar fora? Com votos? Votos sequestrados no País onde até os mortos votam? Como é que até os bisnetos de galegos no estrangeiro, que não conhecem Galiza nem se lembram dela, nem se consideram já galegos, podam votar sem saber nada dela? Como é que esses descendentes de galegos que já não são galegos votem tão maioritariamente o Partido dos que não têm culpa de nada? Que galegos temos que votam a quem não usa a sua responsabilidade para governar, defender o seu País nem os interesses do conjunto da sociedade que os vota? Como é possível que um Partido que não é responsavel de nada apesar de ter responsabilidade de governo, governe com maioria absoluta com um 76% de galegos que não os votaram?
(Ir)Responsáveis da política linguística da Galiza. Vazquez Abad, Conselheiro de Cultura e Alonso Montero, Presidente da RAG (Real Academia Galega)
Que direitos tem o povo consciente de obrigar a cumprir com o País, com a língua, com os interesses do País, com a sociedade que o vota e que não o vota...?
Que País é este que se deixa extinguir sem mexer um dedo? 

Que é isto? Uma brincadeira?
Desenho do Da Vila


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

As proclamas de falsa inocência dum linguicidio anunciado.



Por Marcos Celeiro

Por causa do Facebook fui ler o artigo que José Luís Barreiro publica em 15 de dezembro de 2014 e contradizendo-me a mim próprio até reproduzo aqui o nefasto texto que publica essa nefasto jornal que é La Coz. 

Artigo: AQUI

Contendo o rechaço que me produz esse jornal em geral e esse «tertuliano» em particular, fui ler, e não me surpreendeu: como sempre, pura verborreia jornalística. Falo do conteúdo, porque na forma, o primeiro que deve chamar a atenção é que esta malta sempre fala do galego... em castelhano . Ou em pretenso castelhano («vos tienen sus eivas...»).
Desenho do Carraboujo
Primeiramente cumpre lembrar a sua responsabilidade como exterminador linguístico nos governos pepeiros de Fernández Albor, onde para além de «normalizador» foi o máximo responsável da RTVG (esse maravilhoso modelo linguístico que resulta extraterrestre para os galego-falantes e aquela dublagem com pessoal não galego-falante), antes disso o seu papel apelando aos tribunais contra o Estatuto de Autonomia para que nele o castelhano fosse de obrigado conhecimento e com o galego só houvesse «direito de usá-lo», o tratamento no ensino como língua estrangeira em vez de como língua veicular, etc, etc. Também cumpre lembrar que o «persoeiro» é um desses bandulhos cheios colocados na Universidade de Santiago de Compostela, na Menéndez Pelayo, no CICETGA, na EGAP, etc. Muita gente não conhecerá que foi misteriosamente absolvido depois de graves delitos de prevaricação, etc, etc.

O indivíduo, junto com Blanco Valdés é um dos principais adaís do Fernandez Latorre -lógico que este ano fosse premiado com o seu galardão- que se dedica a predicar «la Galicia según La Voz», esse modelo nacional-católico de «región».
Mas que o gajo seja quem é, não supõe qualquer impedimento para isso. Contudo eu faço uma leitura crítica do seu artigo em base ao seu conteúdo, não a quem for o seu autor.
Em primeiro lugar, é o discurso de "Galicia Bilingue" de «las lenguas mueren, el gallego es una lengua muerta y ya está», «El gallego es de paletos o nacionalistas», «se muere por ciencia infusa, no hay responsables», etc.

Em segundo lugar, os argumentos são muito pobres e miseráveis, e aqui vão os contra-argumentos:
1º) Na Galiza, como em quase toda parte, o modelo de língua culto é imposto pelo poder. Esse poder define a língua da administração, a língua do ensino, a língua dos meios de comunicação públicos, a língua das etiquetas dos produtos, etc. E desse poder, a poder de subvenção, dependem uma série de instituições (Real Academia Gallega, Instituto da Língua Galega, Consello da Cultura Galega, Instituto Padre Sarmiento, etc) e as três universidades, para além de uma extensa rede clientelar de meios de comunicação (subvenções «al gallego» para La Coz», editoriais, audiovisual,.... etc), quer dizer, o «sistema cultural galego». E em tudo isto foi imposto um sistema de «BILINGUISMO HARMÓNICO» e um modelo de língua «REGIONAL, MENORIZADA E MINORITÁRIA» com uma ORTOGRAFIA ISOLACIONISTA e um modelo linguístico de CRIOULO CASTRAPO no léxico, morfológico, sintáctico, etc. E agora resulta que esse poder não tem responsabilidade?

 2º) O poder está nas mãos do NACIONALISMO ESPANHOL e ESPANHOLIZADOR, cujo projeto político visa construir uma nação (ainda) inexistente denominada Espanha, e como qualquer projeto político nacionalista utiliza a língua com fins políticos, concretamente para uniformizar culturalmente o âmbito que eles consideram nação. Por um lado há a necessidade de impor as «super-estruturas culturais» da pretensa nação, dentro delas a língua, e por outro, a necessidade de eliminar as das nações existentes sobre as que se sobrepõe. Para o primeiro, os mecanismos são evidentes, não precisamos comentar, para o segundo, sob um hipócrita «eco-linguismo» e «co-oficialidade» (assimétrica), na Galiza está-se a aplicar o modelo BLAVERO que tão bem lhes funciona no País Valencià e que deriva do modelo BABLERIZADOR que tão bem lhes funcionou em Astúrias e Leão. Combinam o isolacionismo (divide et impera), a hibridação (crioulização), e outras cousas das quais falarei mais adiante. Trata-se de, no puramente linguístico, separar uma comunidade de falantes do seu espaço linguístico com o conseguinte enfraquecimento na concorrência de línguas num mesmo espaço, para posteriormente fazer-lhe perder o status de língua transformando-a primeiro em crioulo (mistura de duas línguas) e finalmente dialeto da língua dominante que assimila a língua «menor». Isto é desde o puramente linguístico, sem entrarmos no sócio-linguístico o qual se faz dominando as instituições e os linguistas que definem e estabelecem a própria língua.

 3º) No sócio-linguístico, todas as línguas têm diglóssia (ou melhor dito, «poliglóssia»), ou seja, dentro duma mesma língua há diversos registos linguísticos que são utilizados em diferentes âmbitos. Há a língua culta (técnica, administrativa, académica, jornalística,...), há a língua coloquial, há a língua vulgar... etc. No modelo sócio-linguístico imposto na Galiza, define-se o galego para os usos coloquiais e vulgares (família, amigos, etc) e o castelhano para os usos cultos. O registo culto estabelecido pelo isolacionismo não é tal, e essa neo-língua carece dele. Pode parecer uma exageração, mas só há que tentar escrever um trabalho académico sobre química para comprovar que é inservível. Vejamos algum exemplo: OXI- é um prefixo que indica «oxidação» e OSI- indica «açúcar». Chamar ao oxigénio «OSÍXENO» significa dizer que tal elemento é «açúcar estrangeiro». Em arquitetura não é o mesmo uma VENTANA do que uma JANELA, etc... O modelo «neo-línguístico» elegido para o galego não é casual. Conheço advogados galeguistas a morte que utilizam no julgado o castelhano para não dizer as asneiras que implica a linguagem jurídica «made in RAG».
4º) No sócio-político, não toda a culpa é do nacionalismo espanhol, o auto-denominado «nacionalismo galego», esse rebanho de autonomistas com o pinheirismo inserido até a medula, incapaz e sem ideias que só age por mimetismo, até imita ao nacionalismo espanhol, e para ele a língua, antes do que FACTO CULTURAL é FACTO POLÍTICO-IDENTITÁRIO, e antes do que INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO é INSTRUMENTO POLÍTICO. Ao igual que o nacionalismo espanhol se auto-proclama possuidor da língua (possuidor sem o poder de possuir, ainda não repararam...) e dono exclusivo e quinta-essência da língua. A língua tanto é do BNG como do PP, tanto é do de esquerdas como do de direitas, tanto é do pobre como do rico, do proletário como do patrão. Mas eles não repararam nisso, e ainda hoje proclamam «a língua proletária do meu povo». Claro, o resultado é nefasto, porque a língua deixa de ser cultura para ser marca ideológica, ou marca de grupo (rural vs urbano, trabalhador vs burguês, etc).

5º) A obsessão da utilização política do nacionalismo galego também os leva ao «uma língua, uma nação», burrada escandalosa. Nessa apropriação da língua não compreendem que a língua das galegas é das galegas, mas não só, também das portuguesas, brasileiras, etc. Por isso penetrou tão bem o isolacionismo, promovido desde o espanholismo para dividir e debilitar, exaltado ainda com mais ímpeto pelo galeguismo com fins ideológicos de «marca de nação».
Bem, o tema é complexo e extenso, haveria que falar dos temas «clássicos» tais como o prestígio social associada uma língua à boa posição e outra à miséria, uma culto e outra ao vulgar, uma ao urbano e outro ao rural,.... e toda a complexidade que deriva delas, mas quase tudo isso se pode reduzir a um problema da inexistência da diglóssia natural (tudo isso associado ao uso dos diferentes registos) porque o que existe é a diglóssia do conflito (uso de diferentes línguas segundo a situação). E haveria que falar de outras muitas cousas, mas não é a minha intenção escrever uma tese doutoral aqui.
O Barreiro escapa à problemática, e reduz tudo a «naturalizar» a situação de diglóssia do conflito, onde os usos são ganhos para uma das línguas e perdidos para a outra, fazendo ver normal que isso que é consequência irremediável da situação é «normal» devido a que temos uma sociedade cada vez mais urbana (=castelhano), cada vez mais rica (=castelhano), cada vez mais culta (=castelhano), etc. E seguindo no projeto exterminador do nacionalismo castelhano, o galego só deve existir por valor afetivo / identitário, não por questões funcionais e culturais, que são as que verdadeiramente fazem ter sentido a uma língua.
Eles jogam a ganhar, o «galeguismo» aceita o seu discurso e joga a perder. Os resultados estão bem à vista!

domingo, 14 de dezembro de 2014

De mouchos avisados e podengos corredores: A Francesada (1809-1814).



Comemoramos este ano o 200 aniversário do fim da francesada em Galiza e a expulsao dos exércitos napoleónicos do País. Com isto queremos lembrar os sofrimentos do povo galego e o seu comportamento como um autêntico reino soberano naquelas datas de há dous séculos. Para celebrar este evento recuperamos a Palestra do Doutor e Académico da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP) Ernesto Vasques Souza em 14 de março de 2009 com motivo das II Jornadas de História da Galiza organizadas pela AGAL em Ourense entre o 6 e o 21 de março de 2009 nas que fizemos parte da organização. A interessante palestra diz-nos claramente como foi a resistência popular perante os franceses, como é que foi a organização em ausência do monarca fugido, com uma Junta do Reino da Galiza com plenas competências políticas, económicas, diplomáticas e militares recuperando de facto a sua soberania e a sua independência organizativa. Narra o nosso companheiro e professor crunhês as vitórias e a eficácia da Junta do Reino, as Campanhas exteriores fora da Galiza do exército galego para, finalmente, com a chegada do Bourbon ceder a sua Soberania para sempre. O (des)agradecimento do rei. pouco tempo depois da sua chegada à Galiza foi apagando a condição de Reino que tinha o País depois de quinze séculos exercendo-o como tal desde aquele 410 em que o Rei Hermerico se convertia em primeiro Rei da Galiza mesmo ainda existindo o Império Romano.
Assistamos à palestra.


Título:
De mouchos avisados e podengos corredores: A Francesada (1809-1814).
Notas sobre a organização política e militar dos galegos na Guerra contra os franceses (1809-1814). Resistência popular. Organização, independência e eficiência da Junta do Reino. Vitórias na Galiza. Campanhas exteriores. A cessão da Soberania. 


Ourense, de 06 a 21 de março de 2009
Conferências
Todas as conferências decorrerão no edifício Politécnico do Câmpus de Ourense. O horário será às 18:30, excetuando a do dia 14 que será às 10:00.
  • Dia 9 André Pena: "A Galiza: O berço dos celtas atlânticos"
  • Dia 10 Paula Sanchez: "Recolonizações do oeste europeu desde o Norte da Península Ibérica: Genes e migrações"
  • Dia 11 Marcial Tenreiro: "Repensando a romanização: indigenismo e romanidade"
  • Dia 12 Anselmo L. Carreira: "A Galiza alto-medieval (1230-1485). Os irmadinhos"
  • Dia 13 Francisco Carballo: "A Galiza moderna: fidalguia, proto-indústria"
  • Dia 14 Ernesto V. Sousa: "De mouchos avisados e podengos corredores: A Francesada (1809-1814)"
  • Dia 16 J.M. Barbosa: "Dous momentos da pré-história da língua"
  • Dia 17 Camilo Nogueira: "Uma nação no mundo"
Haverá ainda outras atividades não computáveis para a obtenção do diploma.
Todas elas vão decorrer no Centro Social A Esmorga. A entrada aos conta-contos e aos concertos será de 4 euros. O resto das atividades são de graça.
Conta-contos
  • Dia 6 às 22h30 Celso F. Sanmartín
  • Dia 7 às 22h30 Carlos Blanco
Recital de poesia
  • Dia 20 às 22h30 Poetas Vivos
Música
  • Dia 14 às 22h30 Os Tres Trebóns (Xurxo Souto)
  • Dia 21 às 23h Duo Fdz. Quintá
Concurso tipo Trivial
  • Dia 13 às 21h30 Planeta NH
Equipas de 4 pessoas. Para se inscrever historiaourense[@]gmail.com Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar.


Lançamento
  • Dia 7 às 12h no Ateneu Atlas de História da Galiza, de J.M. Barbosa e J.M. Ribeira.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Árvore genealógica



Por José Manuel Barbosa

As origens das línguas com as que temos uma relação parental estão neste esquema que acrescentamos. Acreditamos na crioulidade da nossa língua originada no canto norte-ocidental da Península Ibérica. Ela foi produto duma mescla entre o Galaico-Lusitano originário (em palavras do linguísta Ulrich Smoll) de identidade céltica ou proto-céltica com o latim importado pelos romanos. A criação da língua à moda dos crioulos de base portuguesa da Ásia ou da África faz com que nem sejamos tão latinos como se nos identifica, nem deixemos de ser linguisticamente celtas. Ambos os ingredientes fizeram esta língua, em origem galego mas conhecida a dia de hoje no mundo com o nome internacional de "português". As achegas posteriores vieram quando já estava formada acrescentando e enriquecendo o idioma.




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