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domingo, 21 de dezembro de 2014

Perguntas e mais perguntas.




Por José Manuel Barbosa

Falam de que a língua perde falantes e está ao borde do desastre. Dizem os responsáveis que eles não são responsáveis porque a culpa não é deles, é das famílias.... Responsabilizar ao povo da política linguística? Tenho visto as famílias aguardar na porta do médico da Segurança Social (hoje Insegurança...) com nenos nos colos; tenho visto famílias aguardando pelos seus filhos nas portas dos colégios; tenho visto famílias de muitas maneiras mas nunca vi famílias na porta da Conselharia de Cultura, Educação e Ordenação Universitária aguardando para assinar ações políticas na seçao da Secretaria Geral de Política Linguística... 
Desenho de Siro
Será que o facto de existir uma Secretaria com tal nome que não tenha culpa da deriva da língua é possível? Será que o facto de as famílias não terem conhecimento do valor duma língua, da sua língua é responsabilidade delas ou é da Conselharia de Cultura, Educação e Ordenação Universitária na sua seção da Secretaria Geral de Política Linguística? Será que não conhece a Conselharia essa lei que diz o que há que fazer com a língua? Será que não sabe o que fazer com ela? Será que não se importa? É possível não se importar? É possível a ignorância? É possível o que acontece... Será possível que quando eu não cumpro uma lei posso andar pela rua com total tranquilidade e ainda ser saudado pela gente e ter toda a honorabilidade? Como é que se chama quem não cumpre a lei? Como se chama a figura legal que define e determina ao governante que não cumpre um mandado legal?
Desenho do humorista ourensano Xosé Lois "O Carraboujo"

Será que quando não se cumpre a lei cabe denuncia? Ou não há denuncia para estas cousas? Se não cabe denuncia... que lei é essa que pode não ser cumprida? Se é uma lei que pode não ser cumprida... que fez o nacionalismo durante mais de 30 anos seguindo uma lei que pode não ser aplicada se for a vontade dum governo? É que existe a possibilidade de que haja governos que possam não cumprir uma lei? Mas se pode ser denunciável... a que aguardamos? Se estamos a aguardar ao final do processo... será que quem não denuncia é também responsável?
É desejável essa legalidade linguística? É preferível outra legalidade ou é preferível a alegalidade?
Polémica surgida porque uma família de Barcelona não aceitou um trabalho em Vigo (cidade onde mais se fala castelhano na Galiza junto com a Crunha). A razão foi que o grupo supremacista castelhanófono "Galicia Bilingue" informou a essa família que em Vigo estava proibido o castelhano no ensino.
Por outra parte, que faz um indivíduo presidente da RAG que não está do lado dos defensores da língua? Que academia é essa?
É possível que um indivíduo, presidente dum País (aqui dito Comunidade Autónoma) não defenda o seu País nem a língua do seu País? Cabe essa possibilidade? É responsável essa pessoa ou é irresponsável como por lei são os reis da Espanha? Que é isso? Quem é esse? Que País tem credibilidade quando um responsável político não é responsável legal perante os seus cidadãos e os seus votantes? Pode-se suster isso? Que possibilidade existe de o botar fora? Com votos? Votos sequestrados no País onde até os mortos votam? Como é que até os bisnetos de galegos no estrangeiro, que não conhecem Galiza nem se lembram dela, nem se consideram já galegos, podam votar sem saber nada dela? Como é que esses descendentes de galegos que já não são galegos votem tão maioritariamente o Partido dos que não têm culpa de nada? Que galegos temos que votam a quem não usa a sua responsabilidade para governar, defender o seu País nem os interesses do conjunto da sociedade que os vota? Como é possível que um Partido que não é responsavel de nada apesar de ter responsabilidade de governo, governe com maioria absoluta com um 76% de galegos que não os votaram?
(Ir)Responsáveis da política linguística da Galiza. Vazquez Abad, Conselheiro de Cultura e Alonso Montero, Presidente da RAG (Real Academia Galega)
Que direitos tem o povo consciente de obrigar a cumprir com o País, com a língua, com os interesses do País, com a sociedade que o vota e que não o vota...?
Que País é este que se deixa extinguir sem mexer um dedo? 

Que é isto? Uma brincadeira?
Desenho do Da Vila


domingo, 1 de setembro de 2013

O auto-ódio, a ignorância e o não saber por onde andamos



Por José Manuel Barbosa


Tinha eu uma aluna em Moinhos, filha dum emigrante galego em Madrid. O pai (nem a mãe) desta nena não ve(m) a necessidade de lhe transmitir(em) à sua filha um valor tão importante para o equilíbrio psicológico da rapariga como é o sentimento de pertença a um grupo humano determinado como é o povo galego, porque o sentimento de arreigo não dá comer...ou pelo menos isso é no que acredita(m). Se a isto acrescentamos que nem nas escolas da Galiza isto se ensina, pois estas estão para deformar, não para formar nem para informar....temos o quadro feito.

  • Donde é o teu pai, minha nena? -Perguntei para ter conhecimento saído das minhas necessidades laborais-.
  • O meu pai trabalha em Madrid -Disse-me ela-.
  • Sim, mas é de Madrid ou está em Madrid? -Insisti-.
  • O meu pai não é de Madrid, mas trabalha em Madrid -tentou evadir-
  • Onde nasceu? -teimei-
  • Nasceu na Franç


Eu estava a ver que aquela conversa não me dava a informação requerida, pelo que fiz a pergunta doutro jeito...
  • Como é que se chama o teu pai?
Ela deu-me o nome do seu pai com dous nomes de família galeguíssimos sem qualquer dúvida e respondi:
  • Esse nome que me das não é um nome francês...
A nena tentando evitar informar-me da realidade de o seu pai não ser francês mas duma freguesia determinada do Concelho de Moinhos na Baixa Lima respondeu:
  • Mas ele é francês porque nasceu na Franca...
Finalmente deixei de inquirir e procurei a informação por outra via...

O objeto desta pequena estória, infelizmente real, é salientar a falta de autoestima evidente e tangível na nossa população. Se a isso acrescentamos manifestações públicas nos média do Reino como a de Rosa Díez no seu dia ou o do ex-Presidente castelhano-catalão da Generalitata de Catalunha, José Montilla; se observarmos como estão estendidos os grupos e grupúsculos que defendem a eliminação da nossa língua do nosso Pais; se vemos como um Conselheiro de Cultura dum governo galego solta com total tranquilidade mas também com total impunidade que “a cultura galega limita e é um obstáculo para o desenvolvimento da Galiza”... posso mesmo chegar a perceber que haja alguém tão inocente como uma rapariga de dez anos que diga o acima exposto e mesmo chego a perceber que haja quem mantenha a inclusão no dicionário da RAE do verbete “galego” como sinónimo de “parvo, tonto”...

Se a isto acrescentamos que a nena de hoje há de ser uma mulher de amanhã, teremos a equação que nos permita perceber a razão da existência de entidades associativas como a GB ou pessoal como os seus dirigentes.
Essa é a imagem que o Reino dá de nós e somos nós quem via escolar acertamos a introjetá-la e a acreditar mesmo que isso é assim inquestionavelmente.

Os responsáveis da RAE não vão mudar até que os façamos mudar por obriga e a minha aluna vai mudar se der com um professor que lhe fizer ver que as cousas não são assim. O pior é que não é fácil nem permitido transmitir a uma aluna a informação necessária com total liberdade, cousa que de o tentarmos teria um custo psicológico e laboral importante, pois o ambiente no ensino primário no que esta aluna estava no momento dessa entrevista, está muito enrarecido por haver pessoal mal formado, desinformado (também mal intencionado) e mesmo pessoal que acredita nisso mesmo, fazendo com que a transmissão pedagógica que recebe a nena seja aquilo que ela está a reproduzir comigo.

A aluna manifesta o que lhe ensinam na casa e na escola mas se na casa não se dá mais e na escola se reforça, o assunto torna-se difícil de solucionar. E se algum professorado é bom e conhecedor da fórmula para fazer dessa nena uma pessoa equilibrada psicológica e pessoalmente, com a autoestima necessária para ir pela vida valorizando o seu ser, outro professorado com o que ela conta resulta nefasto, transmissor de todos estes vícios quase medievais e ideologicamente próximo a um poder que legisla desde Madrid ou desde Santiago de Compostela para que o ensino funcione assim. Curiosamente este último tipo de professores sempre têm bastante poder nos centros de ensino, enquanto os primeiros quase nunca estão em postos de decissão e quase sempre acabam tendo problemas. Um que sabe disso algo...

Quem lhes ensinou o facto de que ser galego ou galega é pertencer a um povo cuja história em nada tem a invejar a outros povos poderosos e hegemônicos historicamente? Quem lhe disse que somos pertencentes a uma família de povos atlântica e céltica? Quem lhes contou que a Galiza foi a Califórnia de Roma? O primeiro Reino medieval da Europa? O primeiro Reino independente de Roma ainda existindo esta...Quer dizer, o povo que inaugurou a Idade Média! O que marcou o começo dessa idade histórica... A Galiza marcou a história medieval de Península Ibérica, o primeiro em celebrar umas Cortes parlamentares antecessoras do parlamentarismo democrático europeu, tal como o conhecemos hoje... Segundo a Professora da Universidade de Cambridge Evelyn Stefanos Propter no seu livro Curia and Cortes in León and Castile 1072-1295”. Foram em 1077 em Tui as primeiras Cortes da Europa, mas se nos referirmos ao que se transmite no ensino oficial do Reino, de ter sido Leao em 1088 também seria válida a afirmação, porque Leao naquela altura era a capital do Gallaeciense Regnum...
Foi a Galiza, o segundo Reino europeu medieval que levou a cabo uma revolução burguesa, as Revoluções Irmandinhas (1431-33 e 1467-69), muito antes do que a Revolução francesa (1789), antes do que a americana (1776), antes do que a inglesa (1642) e antes do que a holandesa (1568) e posterior as guerras Hussitas em Boêmia (1419); foi a Galiza considerada um dos tres imperios medievais, nomeadamente Bizancio, Sacro Império Romano Germanico e a Galiza; foi a Galiza uma das mais importantes potencias económicas da Idade Média; o primeiro território da Europa livre dos exércitos napoleónicos pelos seus próprios esforcos e sofrimentos, levando a Grande Armée em fugida livre por todo o norte da península até São Marcial da mão so General Freire de Andrade. Os exércitos galegos organizados pelos governo galego (Junta do Reino da Galiza sediada em Lobeira, Baixa Lima) independente de facto durante os anos da ocupação, tiveram de ser freados na perseguição aos franceses porque já chegaram a Gascunha...; Galiza tem a terceira língua da humanidade junto com o ingles e o espanhol e com licenca do mandarim (que nao é exatamente a língua de todos os chineses nem é falada por todos os Han)...
Bernaldo Gonçalves do Vale (Cachamoinha)

Tenha em conta o caro leitor que os povos dominantes sempre destilam racismos, isto tão feio e cruel mas há que dizer que o planeta está chefiado entre outros por povos atlanticos, celtas e germanicos que desprezam e odeiam os mediterraneos pior considerados na Europa, mas eis a contradição e o paradoxo, pois a Espanha mediterrânea despreza e manifesta esse racismo com os povos atlanticos e célticos da península Hespérica (nego-me a denominá-la Ibérica).

Por toda essa história que os galegos temos atrás de Nós deveríamos sentir a autoestima suficiente para nos amarmos como somos e como fomos, com capacidade de podermos ser no futuro algo similar...mas nada disto se ensina nas escolas nem se transmite as nossas criancas. Por isso a minha aluna sente auto-ódio e não quer ser galega.
Podemos procurar as causas desta situação para podermos “curar” o problema. Como é evidente a nossa gentinha do comum tem muitas cousas das que se preocupar e que fazer no seu dia-a-dia para chegar a tão filosóficas conclusões. Esse é o trabalho dos nossos dirigentes políticos que são os que nos guiam e quem nos chefiam. Vamos atrás dos chefes da manada seguindo os nossos comportamentos ancestrais e biológicos mas se os chefes são uma greia de inúteis no melhor dos casos ou uma banda de delinquentes no pior, será melhor que pensemos muito bem o que estamos a fazer escolhendo-os como guias para conseguirmos um futuro promissor.



terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Ignorância e Poder.


Por José Manuel Barbosa

A história do ser humano é uma constante luta contra o desconhecimento na procura do saber e da ciência, o que converte a ignorância no elemento negativo a vencer mais importante de todos. O conhecimento e o saber dão poder, mas quem tem conhecimento e está à contra do poder político converte-se num herege, num apóstata e num subversivo. O autêntico poder sempre está na sombra e à vista estão pessoas na maioria das vezes medíocres e pusilânimes que mais do que nada estão para cobrir um vazio necessário e passar o tempo histórico que há que exprimir ao vulgo, mas quando realmente a lucidez e o poder se aliam é quando a história dá personagens que são autênticos pontos de referência para a humanidade; no entanto, aqui do que vou falar é de todo o contrário; vou falar da ignorância com poder, que é o mais comum e o que está mais presente no dia a dia, como no caso do primeiro presidente do Panamá, Amador Guerrero quem organizou um acto político de importância internacional o dia que o Canal de Panamá se abriu ao trânsito marítimo.
 O Senhor Guerrero convidou todas as delegações das armadas europeias à apertura do Canal em 1914, mas comprovou como alguns países não assistiam nem deixaram nada dito no que diz respeito da sua assistência, como foi o caso da Confederação Helvética. Incomodado, o Senhor Guerrero, e ofendido porque nenhum barco da Suíça tivera assistido a tão importante inauguração, deu ordem aos seus ministros para prepararem com toda a formalidade, uma declaração de guerra contra tão impertinente país. A final e não sem pouco esforço, conseguiram fazer-lhe entender que a Suíça não tinha frota, e muito menos militar.
            Outro caso absurdo de ignorância com poder foi o do primeiro delegado dos EEUU (não podia ser de qualquer outro país!) no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, Warren Austin, quem em 1948, quando se estabeleceu o novo Estado de Israel, a tensão política chegou a tal ponto que acabou em uma guerra aberta entre os hebreus e os palestinianos. O Senhor Austin pediu publicamente desde a ONU aos dous países que arranjassem o conflito “como bons cristãos”.

            Lembro também o caso que aconteceu em 1890 na Abissínia. O Negus, quer dizer, o monarca do país, Menelik II, teve conhecimento da invenção da cadeira eléctrica três anos antes por Harold Brown, um empregado da empresa que era gerida polo famoso Thomas Alba Edison. O macabro invento chegou ao conhecimento do Menelik que pensou que aquilo ia ser um autêntico símbolo do seu poder naquele pobre país, mas não se deu conta, nem sabia o bom do homem, que aquele instrumento de morte funcionava com electricidade, cousa que na Abissínia dos finais do século XIX ainda nem se sabia o que era. O Negus comprovou como aquela cadeira virava totalmente inútil para aos seus fins quando teve a oportunidade de tê-la presente. Por fim e para sair do assunto com certa elegância decidiu utilizá-la como trono.

            Vem-me à memória mais outro episódio não menos engraçado, e é que nos anos anteriores à primeira guerra mundial, o Sultão da Turquia Mehmet V deu ordem de capturar um grupo de mercadores austrohúngaros que penetraram no país legalmente para favorecerem as revoluções no Império Otomano comunicando com total liberdade e impunidade pelo país mensagens em clave para subverter o ordem político estabelecido. Quando o governo autrohúngaro por meio dos seus legados investigou o assunto, descobriu que os pobres mercadores vendiam bicicletas cujas dínamos eram capazes de realizarem um alto número de revoluções por minuto e as mensagens secretas não eram mais do que fórmulas químicas de farmácia para curarem pequenas feridas da pele.

            Pois bem, tudo o que acabamos de contar parece próprio de épocas obscuras nas que as culturas e as civilizações estavam ainda com os cueiros postos, mas é que o que vos vou contar agora aconteceu na Galiza “autoanémica” -como é que diria o nosso José Manuel Beiras-, do século XXI e é a notícia saída no jornal “La Región” de Ourense o passado dia 20 de Janeiro de 2006 na página 23. Nesse pequeninho artigo situado na margem da folha diz-se-nos que uma organização chamada FUNDEU (Fundación del Español Urgente) acentua o apelido FEIJÓO no primeiro “O” segundo a sua análise diária do uso da língua espanhola nos meios de comunicação e faz uma advertência de que o segundo apelido do político dos Peares do PP Alberte Nunes Feijó (Alberto Nuñez Feijóo) leva “tilde” -como se lhe chama em castelhano ao acento gráfico-. As razões são fundamentalmente de uso por parte da sua família pelo que anima a respeitar a grafia escolhida por eles.

            A nossa opinião é que a palavra “Feijó” é uma palavra galego-portuguesa, não castelhana, e que nós grafaríamos com um só “O” e com “J” proveniente da forma greco-latina PHASEOLU que teria por significado o mesmo do que Feijão de cujas formas é variante; seria o nome vulgar e extensivo que se lhe dá a umas plantas da família das leguminosas, com espécies, variedades e formas muito cultivadas e apreçadas na alimentação. Tem por sinónimo Fava e o seu correspondente castelhano seria “Frijol”, termo muito utilizado em alguns lugares de América.

            Não sei se essa fundação linguística defensora do idioma espanhol tem qualquer publicação onde nos aconselhar a utilização de formas tão espanholas como “Guáxinton” para a capital dos Estados Unidos; Yan Yaques Custó para o conhecido oceanografo francês; Roberto Xúman e Güilian Xespir para o famoso músico germano e para o literato inglês; Margarita Zaxer para a ex-primeira ministra britânica (ou Margarita Colmenero!! Que também poderia ser) ou Fransuá Miteján para o também ex-presidente francês. O que sim sabemos com segurança é que o Senhor Feijó não protestou nem contestou à Fundeu, mas nós desde a nossa modéstia, reivindicaríamos, desde o respeito à opção pró-castelhanista do chefe do PP galego e presidente da “Xunta de Galicia” a forma ALBERTO NÚÑEZ FRIJOL, para sermos justos e exactos e ajudarmos à coerência ideológica de tão preclaro e digno personagem.




segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A lógica da Xenofobia anti-galega


Por Adrião Morão
 
Pretender que na Galiza, tendo uma língua própria (o galego), mantenhamos sinalização em castelhano é xenofobia e nacionalismo espanhol.
 
Explico:
Um espanhol que não empregue o galego pode comunicar-se igualmente com a administração em castelhano. Não vou entrar em se isto per se é justo, porque num Estado democrático a sério, eu deveria poder entregar documentos oficiais em galego na Crunha, em Madrid ou em Valência. Claro que o do plurilinguismo a Espanha não o leva nada bem... 

Um espanhol que não empregue o galego segue podendo entender praticamente todo o galego escrito. Ou isto é certo ou o resto de espanhóis padecem qualquer tara mental, argumento que é racista e portanto fica descartado. Ou eu sou muito listo e entendo 90% de catalão ou asturiano sem os ter estudado na vida, que também pode ser!
 
Se eu sou galego e falo galego com galegos, a nossa língua comum é o galego. Portanto, o castelhano não é a língua comum de todos os espanhóis, porque eu tenho nacionalidade espanhola desde o nascimento e não utilizo o castelhano com galegos nunca. Não é a minha língua em comum com o resto de galegos. Por que então o castelhano tem esse falso status de língua comum? Há línguas melhores e línguas piores? Noutro caso, não se explica. A não ser que voltemos à teoria da tara mental, que acordáramos que é um argumento racista porque põe o resto de espanhóis como "marcados" genética ou culturalmente ou qualquer cousa do tipo.

Portanto, se temos um hipotético Estado que garante que um cidadão qualquer se poda comunicar com as instituições na sua língua oficial de preferência, não entendo onde está o problema de termos diferentes línguas de coesão social. A ver se vai ser que o nacionalista não sou eu...

 
Existem pessoas que se zangam por não perceber qualquer cousa num sinal por não estar em castelhano? Curioso: não se zangam quando saem do Reino da Espanha. Portanto, não existe um problema de incomodidade causado pola incompreensão, mas um problema político: se a Galiza ou a Catalunha fossem Estados independentes desde há séculos, toda essa gente que se molesta fecharia a boca. Exatamente igual que fazem quando não entendem a sinalização da City de Londres. No caso da Galiza, ainda o têm mais fácil: dizem «galleguiño, ¿qué pone ahí?» e como todos os galegos aprendemos castelhano por imperativo constitucional, podemos responder. Se a petição é educada, evidentemente.

Devemos portanto manter sinalização em castelhano porque outros espanhóis sintam hostilidade pelas línguas diferentes dessa? Devemos manter letreiros em castelhano porque, no Reino da Espanha, a xenofobia se bebe com o café da manhã e se come com a fruta da sobremesa? Estou certo de haver muitas pessoas que, sem falar galego, nunca se sentiram nem se sentiriam molestar por ver que, em troca de "Centro Ciudad" põe "Centro Cidade". Ou "Centre Ciutat" ou como se escreva na Catalunha.

Portanto, manter um uso social do castelhano num país com língua própria, o galego, é legitimar a xenofobia dos espanhóis hostis ao resto de línguas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Leis e ações legais que proibiram o galego


Leis e ações legais que fizeram que os galegos falassem castelhano “voluntariamente”.

 

Um 23 de abril de 2001, um monarca comentou: "... a nadie se le obligó nunca a hablar en castellano..." 
Vamos falar, portanto, do problema galego mas as leis e ações legais foram desde Madrid para todo o Estado e servem tanto para galegos, como para catalães, como para bascos. Este trabalho saiu de várias páginas webs e livros. Também vai acrescentada a bibliografia, quer dizer, a origem dos textos legais aos que nos estamos a referir, por se alguém quer comprová-lo. Ponho na sua língua original, que sei que os galegos percebem. Aguardo que não vos importeis:

 

Isabel de Trastâmara

 


O decaimento da língua começa com a primeira substituição nobiliar provocada pelos monarcas castelhanos durante o século XIV, durante as épocas de reivindicação dum poder próprio por parte da nobreza galega. Esta é vencida e parte dela expulsada do país, sendo substituída por nobres castelhanos ou por pequena nobreza galega que para conseguir ascenso social optava pela submissão à autoridade monárquica castelhana.

A castelhanização dos documentos começa a partir de 1480, no contexto da guerra entre os nobres galegos que ainda mantinham fidelidade aos seus interesses na Galiza e a Monarquia Católica, encarnada por Isabel de Trastâmara. Foi nesse ano, quando os procuradores das Cortes de Toledo, ditam uma norma pela qual qualquer pessoa que quiser exercer de tabelião ou escrivão teria que passar uma prova perante o Real Consejo para poder exercer e receber para isso a licença correspondente. A proibição da língua é implícita pois os tabeliões da Galiza deverão apreender a levar a cabo o seu exercício a partir dos formulários e documentação fornecidos pelos juízes castelhanos do Real Consejo.

Consequentemente, a documentação privada escrita na língua do país durante os séculos anteriores vai passar a ser redigida em castelhano devido a esta reordenação político-social e seguindo a nova legalidade. A língua vai ir desaparecendo das compras-vendas, contratos e demais documentação. Isto faz com que também os documentos públicos dos Concelhos, grémios, confrarias e demais organismos públicos, como a igreja, a Junta do Reino, etc., passassem a ser redigidos em castelhano durante esta etapa e a partir da primeira metade do século XVI.

No que diz respeito da igreja, instituição que marca a ideologia e o paradigma durante toda a Idade Moderna, vai estar marcada pela reforma da igreja que levam a cabo, primeiro os Reis Católicos e posteriormente Carlos de Habsburgo. Esta reforma organizativa vincula os mosteiros, conventos e administração eclesiástica a centros de poder localizados em Valhadolid ou Toledo, proibindo explicitamente a direção das entidades religiosas a quem fosse galego e favorecendo a cobertura de vagas por parte de gente procedente de fora da Galiza com a qual se impõe o castelhano dentro dessas instituições. Em início, a igreja galega estava vinculada historicamente com as congregações francesas, para ser agora dependente do poder político e eclesiástico castelhano. Foi um processo de adaptação organizativa, lento mas implacável, embora se tenha levado a cabo com uma importante oposição por parte dos conventos, mosteiros e mesmo por parte das hierarquias galegas que em início se resistiam a ser substituídas. Esta reforma foi regrada pela bula de Inocêncio VIII “Quantas in Dei Ecclesia” de 11 de dezembro de 1487, onde o protagonismo, influência e aliança entre a Monarquia Católica e Roma foi fundamental. 

Filipe II



Em 1562, o Concílio de Trento, acorda a utilização das línguas vernáculas no labor pastoral dos religiosos, para os fieis perceberem a mensagem crística, até o momento transmitida em latim. Isto não foi implementado, nem aplicado na Galiza, onde prevaleceu a supremacia do castelhano sobre os usos nativos, devido a uma igreja dirigida por autoridades eclesiásticas vinculadas ao poder e pela dependência organizativa, tanto da igreja, quanto da organização administrativa, da Coroa de Castela.

Os efeitos foram ampliados até o ponto de a literatura galega acabar sendo feita em castelhano a partir da primeira metade do século XV, que com a posta em vigor da imprensa se reafirma na ausência da escrita da língua do país. As exceções são poucas, como é o caso de alguma obra poética, para além de cantos populares, panxolinhas de Natal e Reis e alusões folclóricas em textos em castelhano. Todo isto, enquadrado num contexto de racismo contra os galegos manifestado na literatura em castelhano, nos ditos populares espanhóis e no comportamento social.

Filipe V de Bourbon



El Consejo de Castilla al rey Felipe V, después de la caída de Barcelona en 1714

"Supuesta y asensada la calidad de que se hayan de abolir, borrar, quitar enteramente los fueros, constituciones, usos, costumbres y privilegios que gozaba el Principado, será bien que las con que en su lugar haya de ser gobernado y mantenido en justicia, las mande V.M. ejercer con la calidad de por ahora; y que sea practicado desde luego las leyes de Castilla así en lo civil como en lo criminal, actuando en lengua castellana, a reserva de aquellos pequeños lugares que, por su miseria y situación en la montaña, en que será justo se dispense esta condición, hasta que la comunicación y el trato haga menos difícil y costosa su introducción en ellos (...) Que en las escuelas de primeras letras y de Gramática no se permitan libros en lengua catalana, escribir ni hablar en ella dentro de las escuelas, y que la Doctrina cristiana sea y la aprendan en castellano."

 

Felipe V, 1717, ‘Carta del Rey a los Corregidores’, sobre la aplicación del Decreto de Nueva Planta

"Pondrá el corregidor el mayor cuidado en introducir la lengua castellana, a cuyo fin dará providencias más templadas y disimuladas para que se note el efecto sin que se note el cuidado."

Carlos III de Bourbon



Real cédula de Carlos III de 23 de mayo de 1768

"(...) Para que en todo el Reyno se actúe y enseñe en lengua castellana. (...) y a este efecto derogo y anulo todas qualesquier resoluciones, o estilos, que haya en contrario, y esto mismo recomendará el mi Consejo a los Ordinarios Diocesanos, para que en sus Curias se actúe en lengua castellana.

Finalmente mando, que la enseñanza de primeras Letras, Latinidad y Retórica, se haga en lengua castellana generalmente, donde quiera que no se practique, cuidando de su cumplimiento las Audiencias y Justicias respectivas."

Real cédula de Carlos III de 10 de mayo de 1770

"Por la presente ordeno y mando a mis Virreyes del Perú, Nueva Granada, Nuevo Reyno de Granada..., que cada uno de la parte que respectivamente le tocare, guarden, cumplan y ejecuten, y hagan guardar, cumplir y ejecutar puntual y efectivamente la enunciado mi Real Resolución (...), para que de una vez se llegue a conseguir el que estingan los diferentes idiomas, de que se una en los mismos dominios, y sólo se hable el castellano, como está mandado por repetidas Reales Cédulas y Órdenes expedidas en el asunto."

Real Decreto del 28 de Diciembre de 1799

"En ningún teatro de España se podrán representar, cantar ni bailar piezas que no sean en idioma castellano, y actuadas por Actores y Actrices nacionales o naturalizados en estos Reinos, así como está mandado para los de Madrid en Real Orden de 28 de Diciembre de 1799."


Regente Maria Cristina de Bourbon Dos Sicílias

 


Gobierno Superior Político de Baleares, Mallorca Regencia de Maria, 22 de febrero de 1837

"Cada maestro ó maestra tendrá una sortija de metal, que el lunes entregará á uno de sus discípulos, advirtiendo á los demás que dentro del umbral de la escuela ninguno hable palabra que no sea en castellano, so pena de que oyéndola aquel que tiene la sortija, se la entregará en el momento, y el culpable no podrá negarse á recibirla; pero con el bien entendido de que en oyendo este en el mismo local que otro condiscípulo incurre en la misma falta, tendrá acción á pasarle el anillo, y este á otro en caso igual, y así sucesivamente durante la semana hasta la tarde del sábado, en que á la hora señalada aquel en cuyo poder se encuentre el anillo sufra la pena."



Isabel II de Bourbon

 



Ley de Instrucción Pública de 9 de septiembre de 1857

"Art. 88. La Gramática y Ortografía de la Academia Española serán texto obligatorio y único para estas materias en la enseñanza pública."

Ley de 28 de mayo de 1862, del Notariado

"Art. 25. Los instrumentos públicos se redactarán en lengua castellana, y se escribirán con letra clara, sin abreviaturas y sin blancos..."

Boletín Oficial de la Provincia de Barcelona 29 de enero de 1867

"A la vista de la comunicación pasada a este ministerio por el censor interino de teatros del reino, con fecha de cuatro del corriente, en la que se hace notar el gran número de producciones dramáticas que se presentan a la censura, escritas en los diferentes dialectos y considerando que esta novedad ha de contribuir forzosamente a fomentar el espíritu autóctono de los mismos, destruyendo el medio más eficaz para que se generalice el uso de la lengua nacional, la Reina (q.D.G.) ha tenido a bien disponer que en adelante no se admitan a la censura obras escritas en qualquiera de los dialectos de las provincias de España."

 

Alfonso XIII de Bourbon

 


Real Decreto de 21 de noviembre de 1902

"Los maestros y maestras de Instrucción Primaria que enseñasen a sus discípulos la Doctrina Cristiana u otra cualquiera materia en un idioma o dialecto que no sea la lengua castellana serán castigados por primera vez con amonestación por parte del inspector provincial de Primera Enseñanza, quien dará cuenta del hecho al Ministerio del ramo, y si reincidiese, después de haber sufrido una amonestación, serán separados del Magisterio oficial, perdiendo cuantos derechos les reconoce la Ley."



Alfonso XIII de Bourbon e Ditadura de Miguel Primo de Ribera

 


Real Decreto contra el separatismo de 1923

"Art. 2. No podrá usarse por las personas investidas de autoridad otro idioma que el castellano (...) las corporaciones de carácter local o regional están obligadas a llevar en castellano los libros de registro."

Decreto de 11 de junio de 1926

Art 1. Los Maestros nacionales que proscriban, abandonen o entorpezcan la enseñanza en su Escuela del idioma oficial en aquellas regiones en que se conserva otra lengua nativa, serán sometidos a expediente, pudiendo serles impuestas la suspensión de empleo y sueldo de uno a tres meses.

Art 2. En caso de reincidencia podrá acordarse su traslado libremente por el Ministerio de Instrucción pública y Bellas Artes a otra provincia donde no se hable más que la lengua oficial, en localidad de igual o menor vecindario. Artículo 3 . Si se tratase de Escuelas de Primera enseñanza públicas o privadas, cuyos Maestros no estén comprendidos en lo dispuesto en los anteriores artículos, podrán ser clausuradas temporal o definitivamente.”



Ditadura de Francisco Franco Bahamonde

 


Orden Ministerial sobre el Registro Civil del 18-V-1938

Art. 1º En todo caso, tratándose de españoles, los nombres deberán consignarse en castellano."

Orden Ministerial sobre Cooperativas de 21-V-1938

Queda terminantemente prohibido el uso de otro idioma que no sea el castellano (...)”

Orden Ministerial del 26-V-1938

"Queda terminantemente prohibido el uso de otro idioma que no sea el castellano en los títulos, razones sociales, Estatutos o Reglamentos, y en las convocatorias y celebraciones de asambleas, o Juntas de las entidades que dependan de este Ministerio."

Orden Ministerial de agosto de 1938

Son nulas y sin valor legal las inscripciones que se hallen practicadas en idioma o dialecto distinto del idioma oficial castellano (...)”

Orden Ministerial sobre Hospedajes del 8-IV-1939

Asimismo queda prohibido el empleo de términos distintos del español para nomenclatura de los hospedajes en España, sin perjuicio de que puedan usarse nombres geográficos del Extranjero en la titulación de los mismos(...)”

Orden Ministerial sobre Propiedad Industrial del 20-V- 1940

Constituidos por palabras extranjeras o pertenecientes a dialectos distintos del idioma castellano que están en pugna con el sentimiento nacional y españolista (...)”

Circular sobre el uso del idioma por los funcionarios

Todos los funcionarios que en acto de servicio se expresen en otro idioma que no sea el oficial del Estado, quedarán ipso facto destituidos (...)”. Neste mesmo ano ordena-se que “todas las películas deberán estar dialogadas en castellano (...)”

Normas del Departamento de Cinematografía para la censura de películas de 1940

Todas las películas deberán estar dialogadas en castellano prescindiéndose, en absoluto, de los dialectos (...)”

Orden del gobernador de Barcelona de 28 de julio de 1940

1.-A partir de 1 de agosto todos los funcionarios contractuales de las corporaciones municipales de la región que se expresen en el exterior o en el interior de los edificios municipales en una lengua que no sea la del Estado serán inmediatamente destituidos, sin que tengan derecho a reclamar.

2.-Por lo que se refiere a maestros públicos y particulares, tal falta comportará la pérdida de los derechos a enseñar.

3.-Ninguna investigación contra los funcionarios será suspendida por falta de pruebas, y los indicios serán suficientes.”

Orden gobernativa de 31 de diciembre de 1951

Proibem-se os discursos em língua galega na Real Academia Galega.

 

Mas o pior nao é que se tivesse feito há muitos anos, é que ainda a día de hoje se continua a impor o castelhano, tentando fazer crer que somos nós os impositores. Para isso se está a continuar legislando em detrimento da lìngua dos galegos e em benefício único e exclusivo do castelhano, língua da supremacia e do mal percebido como "orden constitucional"

 

Juan Carlos I de Bourbon e Governo socialista de José Luis Rodriguez Zapatero.

 


Real Decreto 1246/2008 de 18 de julio

Anexo III. Parte I. 14. Las informaciones estipuladas en el apartado 1 deberán ser redactadas en la caja y en el envase de los medicamentos al menos en castellano.”

Neste caso não é proibição do uso dos idiomas cooficiais, é a imposição do oficial em todo o Estado. É o mesmo estilo da norma que pune àquelas lojas que não rotulam como mínimo em catalão..., porque se queixam de que essa norma impõe o catalão e não se queixam de que esta norma impõe o castelhano?

Há muitos casos deste estilo mas já vemos que nós documentamos a imposição histórica e atual do castelhano. A ver quando documentam que histórica e atualmente o galego está imposto em algum lugar. Todo isto sem chegar a falar da quantidade de vezes que na prática se incumpre a teoría da legalidade saída do Parlamento de Galiza quando a maior parte dos profissionais do ensino decidem dar a aula na língua que eles decidem, na maioría dos casos sempre o castelhano.


Continuará...????

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