sábado, 25 de julho de 2015

Cerdedo: 80 anos triunfais



Por Calros Solla

Fotos tiradas dos blogues:
(O embigo do becho)
(Capitán Gosende) 

Abriu-se a veda do voto e, em Cerdedo, aqueles aos que lhes vai a vida nisto andam um bocado abelhoados. Há uns dias, porta a porta e com diligência, foram distribuídos os exemplares dum panfleto intitulado “2005-2015. 10 anos de governo”, outro alarde propagandístico que, encarregado pelos estrategas locais do partido da Gürtel, pagou-se, mádia leva!, com os dinheiros de todos. Com pólvora alheia qualquer faz festa.
É uma mágoa que tanto a primeira foto-novela (de 2014) como a segunda (mais carregada de bombo) não registem o nome do obradoiro de artes gráficas onde foram editadas, já que, em prol da transparência, muito conviria uma consulta para saber a quanto ascendeu a boda e a re-boda. Supõe-se que o custo há de figurar no livro de contas do Concelho (provavelmente, no apartado “Otros gastos”); infelizmente, em Cerdedo não há oposição que, embora seja por dignidade, bote as mãos á cabeça.
Bandeira de Cerdedo
Estamos às portas de que se cumpra o octogésimo aniversário do triunfo da direita em Cerdedo. O último alcaide de esquerdas, o socialista Luciano García Ventim, foi despossuído do seu cargo, perseguido, encarcerado, ultrajado e extorquido, após o golpe de Estado fascista de Julho de 1936. O seu sobrinho, Ramiro Lois Ventim, ao mesmo tempo do que outros quatros membros da mesma família, todos socialistas, foram fuzilados em dezembro do ano fatídico. Com uma moreia de mortos clamando justiça, a deriva ideológica do PSOE, aqui e acolá, é cousa inadmissível. A paróquia nacionalista também viveu épocas melhores.
Depois de anos de reiteradas e amplas maiorias, o Sogro, que foi um dos mandatários mais longevos do mundo mundial (1974-2004), despedia-se nos jornais afirmando com ufania que a sua melhor obra tinha sido a remodelação da Casa do Concelho.1 Tempo teve de reformar o castelo. Aplicando a consigna “Todo atado y bien atado”, aconteceu em Cerdedo o nepótico relevo no poder. Desde as municipais de 2007, o salão dos plenos, presidido pelo  Genro, vem sendo cenário de malheiras do tipo 10-0. Bem, sejamos justos, 10-1, pois, as boas tundas ainda são melhores se é que se adornam com o golo da honra. Contam os que o viram que é todo um espetáculo de ensaiada coreografia ver os dez bracinhos se erguerem ao uníssono.
Segundo o censo de população de 1940 (fonte: INE), o número de habitantes de Cerdedo ascendia a 5.211 (2.101 varões e 3.110 mulheres). Consoante o censo de população de 2014 (fonte: INE), a otimista cifra de cerdedenses chegava aos 1.860 (784 têm mais de 64 anos de idade (fonte: IGE)). A aplicação, durante décadas, da mesma política (“piche e pontos de luz”), auspiciada por uma intrincada aranheira de clientes, deu como resultado uma catástrofe demográfica explicitada na perda de 3.351 habitantes. Não se deixem enganar, Cerdedo não é um concelho pequeno, é um concelho despovoado.
Suspeita-se que nas próximas eleições, o panorama seja suscetível de piorar, porque, ao parecer, não há em Cerdedo quem dê um passo à frente e ofereça uma alternativa (por não haver, não há nem quem ouse erguer a voz). Outra impúdica goleada, e semanas atrás, dias ao cabo.
Ora bem, com todo o peixe vendido, como se explica a onerosa necessidade de auto-afirmação mostrada pela autoridade na sua arroutada editorial?
Capitão Gosende
A nova entrega da série “Vida e milagres” semelha um álbum Panini de 86 páginas a toda cor (e mais capa e contra-capa). Escusam andar na procura dos cromos ou perder o tempo em trocar os repetidos, porque a coleção já vem completa. Ainda assim, melhor seria que o caderno fosse mudo, porque, no tocante ao estilo (ressesso) e à ortografia (deficiente), o autor é digno candidato, já não à convocatória de maio, mas à de setembro. Mais de 100 erros ortográficos em 5 páginas de texto!!!
Na página 2, a duas colunas, começa o que, comummente, se denomina “Saudação”. Comove-nos o excesso de sentimentalismo dos primeiros parágrafos, confesso-lhes que a mim também se me humedeceram os olhos; mas, cumpre ler entre linhas. Quando a autoridade diz, de maneira redundante: “Lembro-me claramente do apoio de cada um dos vizinhos que naquele dia quisestes mostrar-me o vosso apoio...”, quer dizer, como se comprovará, que também se lembra de cada um dos vizinhos que não lhe manifestaram obediência.
Chegados ao final da página 3, se lhes solicitasse aos meus alunos de literatura que escrevessem o tema do relato, dar-se-iam conta em verdade, por “Excusatio non petita, accusatio manifesta”.
Painel indicativo  vandalizado na aldeia de Pedre, recuperada pelo Capitão Gonsende. Quem o vandalizou?
Concordo plenamente com o expressado pela autoridade no começo da página 4: 

“Também não podemos obviar que estes últimos anos, tocou-nos viver a que está considerada como a maior crise da democracia deste país”. Pode-se dizer mais alto, mas não mais claro: os anos de governo do todo-poderoso partido da Gürtel minaram de tal maneira os fundamentos democráticos que, após a pérfida reforma laboral, a sectária reforma educativa, a privatização da sanidade, o desmantelamento dos serviços sociais, a lei "mordaça" a vaga de corrução e latrocínio, um já não sabe se mora num país do primeiro mundo ou numa república bananeira (talvez, eucalipteira). Desconheço as consequências que, para as aspirações políticas da autoridade cerdedense, possa ocasionar este lapso de sinceridade subversiva.
No que diz respeita á estrita austeridade imposta desde fora, à vista das publicações que pagamos todos para enaltecimento da sua majestade, desseguida se conclui que sempre há dinheiro para o que convém.
Muito se lamenta a autoridade da desaparecida “comedela do javali”, esquecendo a pioneira “Festa da Vincha”, louvável iniciativa vizinhar, que foi raposeiramente asfixiada porque não lhe produzia rendimentos eleitorais. Se a tolerância fosse uma das suas virtudes, a Festa da Vincha, celebraria este ano a sua XV edição. A ajuda económica que recebia do Concelho (quando a recebia) era duns 600 euros, ridícula, se a comparamos com os 70.000 euros destinados a financiar cada lupanda do porco bravo. Ambas as duas, ao seu jeito, ajudavam a situar este canto da Terra de Montes. A Festa do Javali, a maiores, solicitava o voto a câmbio dum prato de comida.
Os Gosende trabalharam na recuperação de Vichocuntim por desleixo do Concelho.
Respeito dos agradecimentos pelos conselhos e pela crítica construtiva, não há de que.
O 2015 é ano profusamente eleitoreiro, portanto, faríamos bem em blindar-nos da legião de "falabaratos" que, sem deixarem de olhar-se para o umbigo, porão a prova a nossa paciência, prometendo como nunca para deixar de cumprir como sempre. Assistimos espantados à macabra constatação da sistémica corrução institucional. Dói presenciar a impunidade com a que manobram as redes gangsterís vinculadas às maiorias absolutas. Pouca justiça se pode aguardar dum dinamitado Estado de Direito. Urge regeneração, mas, quem lhe vai pór o ajôujere ao gato?
Neste tempo de justificada indignação social, os servidores públicos, os que sustemos economicamente (a alguns por cima das suas possibilidades2) para que giram assisadamente o que é de todos, deveram reger-se pelo comedimento e a humildade; deveram deixar de dar tantos conselhos e escutarem, de quando em quando, algum.
A situação terminal de Cerdedo é muito similar à relatada na lenda “A cidade submersa”, recolhida por Leandro Carré Alvarellos (As lendas galegas tradizonaes, 1969). No relato, a Virgem vagabunda pergunta-lhe a uma paisana pela decadência moral na que se some a cidade de Béria. A mulher responde-lhe: "Porque ninguém quer se pôr a mal com os que regem e mandam na vila; e uns porque se enriquecem, e outros porque vivem alegremente sem grandes trabalhos, vão-se deixando ir. E os pobres ainda menos, que nada podemos fazer contra os mais podentes... E todos os bons vão-se indo para outras terras; e assim a perdição é maior a cada día. Após escutar as explicações da velha, a Virgem toma a decisão de assolagar a cidade de Béria. Aguardemos que a Nossa Senhora de Fenosa não se lhe dê por recuar na ideia de alagar a valinha.
A tropa do Capitão Gosende
E passando nas folhas do catálogo hagiográfico, atingimos a pagina 6, remate duma longa introdução enchoupada de recorrente auto-bombo. O melhor aguardava por nós ao final, já que o panegírico deriva em libelo.
Reitero o dito, os políticos deveram fazer mais e falar menos (e escrever, a ser possível, nada). No penúltimo parágrafo, antecedendo os agradecimentos e os abraços, fruto duma inopinada transformação jekyllhydeana (desculpem o palavrão), aquela “boa pessoa”, aquele “homem responsável", aquele que pedia “mil desculpas” e que fazia “propósito cada dia para não cometer erros nem causar-lhe prejuízo a ninguém”, atacam descontroladamente contra os vizinhos que, segundo a sua opinião, “põem paus nas rodas da evolução”, qualificando-os, aliás, de “irrelevantes”, “insolidários”, “apenas dous ou três", e "Quase sempre os mesmos”, “gente que nem sequer está censada em Cerdedo”. Vindo dum alcaide, que aspira a seguir exercendo e cuja obriga é garantir a convivência, esta grosseria é absolutamente intolerável e a vontade de publicá-lo, duma infantil irresponsabilidade.
Quem é o Capitão Gosende?
Lembro-lhe á autoridade que, ainda que o incomode, seguimos vivendo em democracia e que, apesar os recortes consumados pelo seu partido, segue amparando-nos a liberdade de expressão. É evidente que a autoridade digere mal a crítica e esta doença é consequência da falta de oposição. Vc. está habituado a fazer o que lhe peta, sem atrancos, animado por uma legião de interessados aduladores. Administrar a divergência e o descontento também vai no salário. Quando se governa com mão de ferro, fazer boa política é assunto desprezível. Semear discórdia não está entre as suas competências.
Invista toda a sua energia em tirar Cerdedo do buraco no que o meteu e agradeça que haja alguém que, rara vez, lhe ponha os pés na terra. A grandeza do bom governante reside na prudência, na capacidade de consenso e em aceitar como positivo que não todo o mundo tenha por costume ou necessidade fazer-lhe as beiras.
Age Vc. enroupado por uma maioria absoluta que, se ninguém o remedia, vai revalidar nas próximas eleições; que mais é o que quer Vc.?, quebrar um recorde de permanência? Mau é não saber perder e péssimo é não saber ganhar. É consciente a autoridade de que os vizinhos, assinalados como turbulentos e proscritos, ajudam a pagar-lhe o seu salário e, aliás, queiram ou não, o seu leque eleitoral? Perante todo, não percamos a calma.
Gaba-seVc. na imprensa ponte-vedresa das pelejas que há em Cerdedo porfigurar na listagem eleitoral do partido da Gürtel. Se assim fosse, todos, sem escrúpulos, a cavalo ganhador. Mas, de aqui a pouco, como não faça por estimular a demografia, a restra dos seus candidatos e o padrão municipal hão ser a mesma cousa. Por enquanto, Cerdedo perde dous concelheiros.
Acredite quando lhe digo que, por saúde democrática, a existência do contraponto, do debate, da confrontação de ideias é imprescindível para o progresso dos povos. Portanto, evite vangloriar-se de que não tem rivais e lamente-se de governar em solidão. Não há nada mais perigoso do que o auto-deificação e Vc. já manifesta algum sintoma.
Os gosende limpando o Cruzeiro do Pego
Longe fica aquela aspiração de converter Cerdedo num Concelho-dormitório, o paraíso da segunda vivenda. Algo tem este território que afugente à gente de fora e também a de dentro. Não havendo solução, conformemo-nos portanto com a figura, meritória ou merecida, de Concelho-tanatório. Morrer há que morrer.
Retorno à sua excessiva falta de modéstia e resumo, finalmente, o balanço da sua década prodigiosa: 20 páginas de piche, 5 de concreto, 3 páginas de pontos de luz, 37 fontes, 17 lavadoiros e um lote de churrasqueiras. Sabendo que o uso da lavadora elétrica se popularizou nos anos 60, sabendo que a água da torneira é também uma conquista do passado, sabendo que a vaca se considera, em Cerdedo, fauna em extinção, sabendo que não há nem gente, nem humor, nem dinheiro, nem licença para a queima, para fazer grelhadas, os seus investimentos são, pelo menos, anacrónicos e reiteradamente inadequados. Assim mesmo, as comunidades de montes deveriam reflexionar sobre a pertinência das obras que se executam com o seu dinheiro.
A comissaria de Política Regional da União Europeia e a secretaria de Estado de Orçamentos e Despesas (a sua correlegionária) exigem “Menos concreto e mais conhecimento”; em Cerdedo, malham em ferro frio.
Calros Solla na entrada da Cova do Dragão no Pico Sacro.
Do embuste do Sangal já falei avondo. Onde estão os postos de trabalho? Onde está a parcela de monte comunal? No que diz respeito da Escola Infantil e os parques de randeeiras, é triste realidade que em Cerdedo só apareçam censados 32 nenos menores de 10 anos (fonte: IGE). Segundo vamos comprovando, a redação do catálogo dos bens culturais do recentemente aprovado PGOM (que demorou uma década) não parece feita por humanos. Na seleção dos “Ecos da imprensa” aplicou-se a censura. No capítulo “Promessas”, salientamos mais piche e, entre outras arrogâncias, a da “área recreativa” que, em ausência de projeto, anuncia-se recorrendo aos equipamentos de não sabemos onde. O papel tem conta do que lhe põem.
O Concelho de Cerdedo arrasta um problema que requer urgente solução: a perda de população (a força vital, a razão da sua existência). Chateia-nos comprovar como, alheia à realidade, a gestão municipal, muito virada para a megalomania, ofusca-se no alargamento das estradas (subutilizadas), na construção de largos, rotundas, viadutos, desvios... A burro morto cevada ao rabo. A campanha informativa “Mais em Cerdedo” de fomento do empadroamento é, evidentemente, ineficaz, porque não persegue os fins que enuncia, mas manter o status duma autoridade que não predica com o exemplo.
Ninguém lhe discute o apoio popular, e também não vamos negar o mérito de levar colado na á poltrona dez anos. A maioria é capaz de vislumbrar os seus méritos, seja como for, todos concordamos em que o nível herdado estava a rente do chão.
Calros Solla lendo o Alva de Glória de Castelão no Pico Sacro o passado 24 de Julho
No campo do Turismo, muito nos alegramos de que finalmente, tomasse consciência, no entanto, para implantar em Cerdedo um modelo de exploração turística sustentável, não chega com manter limpos os caminhos. O plano exige salvaguardar a integridade dos nossos valores paisagísticos e patrimoniais (lembre o ímpeto carvalhicida, não esqueça o AVE que nos vem acima), encher de conteúdo os roteiros de caminhada e dignificar todo aquilo que desejamos mostrar aos nossos visitantes.
Infelizmente, não somos um prodígio de hospitalidade. As aldeias esmorecem sem “horizontes”. Pedre é uma sombra do que foi. A Eira da Pena dá, literalmente, pena. As nossas florestas são couto florestal da Celulose. Os nossos rios, tragadeira das hidroeléctricas. O Museu da Pedra pouco mais tem do que a sua ambiciosa denominação. Como é possível que não se apresentasse qualquer alegação á desfeita que a linha do TAV vai causar na Freguesia de Pedre? É o primeiro caso de abuso institucional no que os vizinhos afectados respondem com o silêncio. Por algo será. Desde o Concelho concede-se-lhe mais relevância a um “passeio bio-saudável” do que ao bem-estar do povo e á integridade das aldeias.
Apresentação do livro de Calros Solla "A Conxura dos Gosende".
Conseguir que Cerdedo se converta em destino turístico implica discernir a nossa singularidade, criar uma mínima infraestrutura, dotar-se duma equipa humana solvente e implicar os vizinhos, fundamentalmente, a hotelaria local (em franca decadência). Devemos, o antes possível, limparmos o vitupério de que em Cerdedo “nada vai adiante” (serve-nos de exemplo a arruinada escola de parapente). Por outra parte, constatada a sua habilidade negociadora, um plano de industrialização que, verdadeiramente, achegue prosperidade e postos de trabalho, vai continuar sendo uma quimera.
O coletivo Capitão Gosende leva anos trabalhando a prol da investigação e promoção cultural de Cerdedo e, sendo conscientes das muitas limitações, demonstrou que o sistema funciona. Os frutos da experiência oferecem-se debalde para quem os queira pôr em prática. Lembro-lhe, com orgulho, uma pequena mostra do labor realizado: mais de 2.600 pessoas guiadas pelo monte do Seixo, a Montanha Mágica, e perto de 600 pelo “Pedre milenário”. Estas actividades, desenvolvidas com humildade e sem ânimo de lucro, deixaram riqueza em Cerdedo.
O espaço arqueomítico do Seixo, convertido com esforço e graças á Internet num referente, segue sendo para Vc. um interessado e patético parque eólico. A montanha do Seixo abrange cinco concelhos (clônicos), contudo, Capitão Gosende sempre fez por priorizar os interesses de Cerdedo.
No que diz respeito das descobertas, sumamos 10 gravados rupestres e a localização de sete depósitos castrejos em Cerdedo. Muito mais não se lhe pode pedir a um entusiasta voluntariado. Esta “pandillita” faz honra da sua independência. Poder-se-á conseguir mais ou menos objetivos, mas, pelo menos, nós não chuchamos da teta do erário. Pela contra, a sua Concelhalia de Cultura, valendo-se dum mausoléu subutilizado, não programa outra cousa do que cultura enlatada.
A ponte do Santo António data de época medieval, quer dizer, um bocado anterior da sua chegada ao poder. Os recursos naturais e paisagísticos, dos que tanto se vangloria (e ao mesmo tempo desvirtua), antes de figurar no seu programa, já constavam no primeiro livro da Bíblia.
Em conclusión (2005-2015): 10 anos máis, uns 500 cerdedenses menos.
1 La Voz de Galicia, 18-9-2004.
2 En Cerdedo: soldo, dietas e gastos de representación, uns 60.000 euros anuais (Faro de Vigo, 25-4-2015).
3 Faro de Vigo, 30-1-2014.

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