Por José Manuel Barbosa
Fala-se
que o chinês é a língua mais falada do mundo porque conta com mais de 1.300
milhões de habitantes. Mas isso é falaz. O Chinês diz-que é uma "macrolíngua"
dividida em treze (13) sublínguas com uma distância importante
entre elas e de difícil intercomprensão. É como se nós disséssemos que entre a
Península Ibérica e a Roménia falamos todos uma única língua chamada LATIM
dividida em nove sublinguas maiores (galego-português, castelhano, catalão,
ocitano, francês, retoromânico, italiano, sardo e romeno...) e mais outras
tantas menores (astur-leonês, aragonês, arpitão. vêneto, siciliano ... )
A
sublíngua mais falada de entre as variantes do chinês é a chamada
"mandarim" -uns 836 milhões de falantes-, nome que os portugueses lhe deram à que falavam os
funcionários que comerciavam com eles nas suas viagens em épocas das
descobertas ("mantri" significa em malaio "funcionário" e
daí deu "mandarim"). Quer dizer é a língua dos funcionários de
Pequim porque o povo não tinha licença para tratar com os visitantes europeus. Mas é que o "mandarim" também está dividido em
aproximadamente uns oito (8) dialetos, algumas vezes também ininteligíveis entre si...
Que é o chinês, então? O Chinês é um código escrito que conhecem e percebem
todos os falantes da "macrolíngua" que por serem LOGOGRAMAS todos
reconhecem, desde os falantes dos diferentes dialetos do mandarim, até os
falantes do min ou do cantonês, do gan ou do hui...
Desde
os anos em que governava o "brilhante camarada" Mao Tse Tung, o mandarim de pequim é a língua oficial de toda a
China, nem sequer é o mandarim Ji Lu, nem o mandarim Zhongyuan nem o
mandarim Jianhuai...Esse mandarim Beijing ou de Pequim também chamado Min-Nam, que não chega nem por proximidade aos 100 milhões de falantes (em verde no mapa do fundo), é aquilo que nós incorretamente
chamamos chinês. Complica-se mais o assunto se quisermos apreender chinês ao nos vermos com a existência de duas
normativas, vamos chamar-lhe...oficiais: a tradicional na que escreviam os
grandes ilustrados chineses das grandes dinastias históricas e nas que elaboraram e
construíram a poderosa civilização do passado; e a simplificada,
esta última criada pelas autoridades da República Popular Chinesa ainda que estas lhe botam a culpa "às massas populares" que tiveram a vontade "luminosa" de unificarem
toda a China e as suas diferentes sublínguas... Bom, da mesma forma como uniformaram a todos com o mesmo fato e um livro vermelho que havia que apreender como o "catecismo" na Espanha franquista.
E digo eu...Que fariam os
do ILG e os da RAG num caso como este? O dialeto Jiao Liao já não seria mandarim....O
cantonês já não seria chinês é a normativa haveria que cumpri-la porque foi
igualmente elaborada pelas autoridades da "Xunta" botando-lhe a culpa "ao povo galego". Evidentemente a versão
"tradicional-reintegracionista" estaria proibida.... sob pena de tortura chinesa. Olha cá, que os
chineses, com todo o enredo que têm dão-lhe mil voltas no que diz respeito da
flexibilidade linguística aos diferentes governos da "Xunta"...
Outra
diferença é que as autoridades maoístas criaram o chinês simplificado para
todos se entenderem... no entanto as autoridades político-linguísticas galegas elaboraram o “galego normativo”
(como se a forma reintegrada da língua ou o Acordo Ortigráfico não fossem também um "galego normativo”) com o fim de não
percebermos o português... e assim complicarem mais as cousas aos
galegos que são muito populares e muito pouco burgueses. Com todo essa leia de conceitos que quereríamos extrapolar para a nossa língua, temos: a) o de "macrolíngua" que nos dão os linguistas para o chinês e nos fica um bocado grande demais para o que nos ocupa... b) O de "sublíngua" que também não nos dá jeito, porque de termos uma "sublíngua" esta seria todo o diassistema galego-português, como seria o castelhano, o francês ou o romeno a respeito do latim, o qual seria em realidade a macrolíngua... O que sim daria finalmente, se olharmos para o que nos deixam nas mãos, nos ensinam nas escolas e nos incutem nas Universidades é muito pior do que tudo isso...é um galego autoidentificado como uma "microlíngua". E isso que o partido que nos dirige desde a dinastia Franco é o Partido POPULAR....como a China!
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